sexta-feira, 14 de março de 2008

Mercado aguarda rumo para bolsas

Prezados,

Felizmente, não vivemos hoje o tempo em que quando o mercado americano espirrava, e os emergentes pegavam pneumonia. Mas, não estamos livres de algum contágio. Sendo a maior do planeta, a economia americana tem poder para afetar as demais. Quanto mais grave for a doença, maior será o grau de contaminação.

No momento, os médicos (governo e Congresso americanos) tentam acertar o remédio contra a possibilidade de recessão que ameaça a saúde da sua economia.

Até que isso aconteça, agentes de mercado preferem não arriscar uma definição sobre para onde irão as bolsas de valores. Pelo andar das negociações entre governo e Congresso americanos, porém, o remédio — pacote de médias do governo Bush contra a recessão — ainda demora para começar a ser administrado. Na sexta-feira, falava- se num prazo de até 60 dias.

Com isso, os investidores devem se preparar para mais volatilidade nas próximas semanas. Bancos de investimento e corretoras preferem esperar um clima menos nublado para rever ( ou não) projeções que fizeram no final do ano passado para a Bovespa em 2008. No apagar de 2007, antes do aprofundamento da crise que acometeu o sistema de crédito americano, as previsões eram de alta para o Ibovespa. Entre os mais otimistas estava o banco de investimentos suíço UBS, que previa 85 mil pontos este ano, o que sinalizava uma elevação de 33,05% em relação ao final de 2007. Entre os mais modestos, aparecia a corretora do Banco Real, que projetava 73 mil pontos, o que daria uma valorização de 14,27 % este ano.

No momento, muitas variáveis estão na balança das previsões. A principal é até que ponto os bons fundamentos exibidos pela economia brasileira (veja quadro) vão pesar nas decisões dos estrangeiros, cujo comportamento é decisivo para o destino da Bovespa — atualmente eles respondem por cerca de 35% dos volume de negócios.

Além disso, foram os maiores compradores dos IPOs (sigla em inglês para oferta pública inicial de ações). Foi a saída forte do capital estrangeiro que derrubou a Bovespa neste mês. Porém, acredito que o fluxo de recursos irá voltar. Os estrangeiros saíram dos mercados onde estavam os maiores lucros e o Brasil era um deles. Como o País é considerado um dos mais preparados para enfrentar uma crise no médio prazo, ele deve voltar.

O contágio dos mercados vai depender do desenrolar da crise. O processo de recessão está sob relativo controle e, nesse cenário, há espaço para que a dinâmica interna da economia brasileira se mantenha, estacando a saída dos estrangeiros.

Por enquanto, essa dinâmica parece estar funcionando. Depois de ter ficado no topo do ranking das maiores perdas entre os emergentes do grupo chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), a Bovespa se recuperou na última semana. Tornou-se a menor perda do grupo, com queda acumulada no ano de 10,91% em dólares. A maior desvalorização do período estava na China (Hong Kong), 15,48% em dólares.

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