segunda-feira, 30 de março de 2009

RESUMO DA ÓPERA PARA INICIANTES & RECORDATÓRIO PARA VETERANOS

Prezados,

Todos nós, de uma forma ou de outra, recordaremos mais de 2008 do que gostaríamos, afinal a BOLHA IMOBILIARIA estourou!

Portanto, é bom ter em conta que passado este período, devemos manter os olhos bem abertos, pois:

1. A VIDA & A ECONOMIA SÃO FEITAS DE CICLOS – As fases da lua, as marés, as estações do ano, a noite e o dia: a mãe natureza insiste em manter ciclos. E os homens também. Nas épocas de fartura tendemos a nos esquecer que tempos difíceis nos aguardam. Nas fases de crise, exageramos no pessimismo. Ganha mais quem percebe os excessos e se distancia das massas. Perde menos quem mantém o equilíbrio e a coerência no longo prazo.

2. USAR O DINHEIRO DOS OUTROS É PERIGOSO
– Gastar mais do que se ganha é uma delícia quando se tem crédito disponível. Mas é dinheiro dos outros. Um dia eles podem não renovar seu crédito, e você vai entrar em pânico. Não fique refém de dívidas. Só faça empréstimos se você realmente tiver condições de pagá-los. Não especule com o dinheiro dos outros acreditando piamente que dias melhores virão – eles podem se atrasar.

3. CONFIE DESCONFIANDO E VICE-VERSA – Delegar a terceiros a responsabilidade de administrar seu dinheiro pode lhe trazer grandes dissabores. Essas pessoas talvez até tenham bastante conhecimento técnico, mas conflitos de interesses são freqüentes e costumam superar a razão de muitos profissionais. Fique atento e busque identificar administradores idôneos. Diversifique suas fontes de informações. Nunca acredite 100% em um profissional apenas.

4. NA ECONOMIA NÃO EXISTE VODU, NEM MILAGRE! Cuidado para não ser o trouxa nesse enredo! Não se iluda com ganhos fáceis e ininteligíveis, porque geralmente são as bases de uma pirâmide financeira. Nos Estados Unidos, Maddoff e Stanford enganaram muitos milionários que se julgavam superiores.

5. BUSQUE A SIMPLICIDADEInvista só no que você realmente entende. Leia as instruções, confira os históricos, prefira investimentos tradicionais e transparentes. ESTUDE! Quem vende caixas-pretas costuma expor seus clientes a grandes riscos.

6. BOLHAS ESTOURAM – Quando os preços fogem muito de suas médias históricas, é hora de sair e apreciar o movimento dos ingênuos de última hora. Eles vão acabar pagando a conta.

7. QUEM TEM CAIXA É REI – Durante crises, cortar despesas não essenciais e manter dinheiro em aplicações de renda fixa é essencial para preservar sua saúde financeira.

8. NÃO TENTE ADIVINHAR ONDE É O FUNDO DO POÇO – Errar custa caro no mundo da especulação. Melhor voltar a investir lentamente, em doses homeopáticas

9. SE OS EUA VÃO MAL, NÃO FICAREMOS IMUNES! – A freada da maior locomotiva do mundo vai gerar efeito em todos os vagões. O Brasil não está tão mal, mas também vai se machucar

10. QUEM RI POR ÚLTIMO NÃO ENTENDEU NADA! – No mercado financeiro, quem chega no final da festa aproveita pouco e geralmente paga a conta. Melhor acompanhar o início dos ciclos e tentar sair antes do fim. Quem começou a investir em ações só em 2007 ou em 2008 hoje está muito triste. Mas não adianta desanimar. Encare essas perdas como uma dolorosa aprendizagem.

11. O PRIMEIRO PASSO PARA GANHAR É PARAR DE PERDER!
- Diversificar não é a melhor maneira de ficar rico, mas é uma boa forma de não ficar pobre – Quem investiu a maior parte do patrimônio em ações perdeu demais. Manter uma boa parcela dele em renda fixa não rende tanto nos momentos de euforia, mas é a única maneira de comprar barato nos momentos de crise. E de dormir bem à noite.



sexta-feira, 27 de março de 2009

BOAS NOVAS: OFERTA DA REDECARD SUPREENDEU!

Prezados,


Por incrível que pareça, a oferta secundária (porque não eram novas ações, e sim as que pertenciam ao Citibank) movimentou R$ 2,2 BILHÕES !!!


Ontem, por meio do anúncio de encerramento da oferta pública, mas secundária, foi possível constatar que 87% das ações vendidas foram adquiridas por capital estrangeiro!


GANHO RÁPIDO!

Além disso, os 4% de investidores Pessoa Física, que também participaram, já podem comemorar uma alta acumulada de 13,26%, levando-se em conta o fechamento do papel ontem, dia 26/03/09. (pois compraram a R$ 24,50 e fechou a R$ 27,75).


RECORDANDO....

Vale dizer que a Redecard fez sua abertura de capital em JULHO DE 2007, como uma das maiores ofertas da época!


Foram movimentados R$ 4,6 BILHÕES, e o preço por ação fixado em R$ 27,00.


Ajustados pelos dividendos, o valor de lançamento corresponderia a R$ 25,01, e o ganho do investidor no período seria de 10,94% desde a abertura do capital, ao passo que o IBOVESPA perdeu 26,08!


E DAÍ?

Daí, que este apetite pode servir de estímulo para outras ofertas públicas ainda em 2009, o que é positivo para a BOVESPA.

Além disso, investidores Pessoa Física podem se motivar a voltar a investir na Bolsa, na expectativa de que o pior tenha passado, pois certamente muitos ficaram de fora por medo!


terça-feira, 24 de março de 2009

Briga de Galos

Prezados,

Estamos presenciando no mercado um verdadeiro embate para saber quanto vale cada galo!


Faço menção à Sadia vs. Perdigão.

ROUND DE HOJE: 24-03-2009
A forte desvalorização verificada nas ações da Perdigão foi influenciada pelos fracos resultados operacionais reportados pela companhia na véspera. De modo geral, o desempenho trimestral ficou acima do registrado no mesmo intervalo de 2007, porém, o prejuízo líquido da empresa ficou em R$ 20 milhões.


NA OUTRA PONTA: SADIA DISPARA!
No caso da Sadia, a forte valorização se deu por conta da revisão nas estimativas do Citigroup, que passou a recomendar os papéis.

Diante da chance de recapitalização, os analistas do banco estrangeiro divulgaram relatório sugerindo aos investidores que adquirissem os ativos da companhia, que desde 2008 passa por dificuldades após perder com derivativos cambiais.


A disparada nas ações remete ainda à já famosa matéria publicada pela Agência Estado, que afirmou que o valor da transação é o único detalhe que impede a compra da Sadia pela Perdigão.


De acordo com esta matéria da AE, o negócio só não foi concretizado porque existem dois valores sendo discutidos na negociação - um mantendo a presença das famílias Furlan e Fontana no grupo e o outro excluindo a participação das atuais administradoras.


Além da negociação com a brasileira, foi ressaltado que a Sadia pode ser alvo de estrangeiros, que veem na marca a possibilidade de "entrar no Brasil pela porta da frente". Citada entre as potenciais interessadas na aquisição da Sadia, a Tyson Foods negou o interesse em comunicado.


O QUE VIRÁ?
Bom, de certo só o fato de que a situação da SADIA é frágil, de GALO FORTE e VIRIL, hoje ela não passa de um pintinho que muito pia.

E pinto que muito pia, reza a lenda vira comida de Gavião.... rssss

Resta agora aguardar para saber qual o nome do Gavião.....

segunda-feira, 23 de março de 2009

Você ficaria feliz em comprar uma maçã podre?

Prezados,

Pode parecer loucura para uns, ilógico para outros, mas o fato é que o mercado adorou o discurso de se comprar maçãs podres... Eu explico, calma!

A MAGIA NEGRA ESTÁ NO AR...
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner apresentou, hoje (23/03/09), segunda-feira, o plano público-privado para comprar entre US$ 500 bilhões e US$ 1 trilhão em ativos “tóxicos” dos balanços de bancos americanos.

Os US$ 100 bilhões iniciais do projeto sairão do TARP, aprovado em outubro do ano passado, além de recursos de investidores privados.

QUAL É O PREÇO, MAESTRO?
Sobre a precificação dos papéis, o governo vai realizar leilões entre os bancos que estão vendendo os ativos e os investidores interessados, na expectativa de criar um fluxo de mercado.

Ou seja, apesar de muito se aplaudir, o fator crucial é saber quanto vale o show!

OPINIÕES
Na opinião do Tesouro americano, o programa criará um mercado para estes ativos, ajudando a melhorar seu valor, aumentar a capacidade dos bancos de conceder créditos e reduzir a incerteza obre as dimensões das perdas no balanço geral dos bancos.

A minha opinião É QUE MUITO CEDO para se afirmar isso...

CARÊNCIA....

Estamos carentes de boas notícias. Logo, como seres humanos que somos, buscamos nos apoiar em aquilo que nos oferece conforto depois de tanto apanhar, não é mesmo?

Agora, daí o pacote de compra de "maçãs podres" ser a solução do problema é um hiato muito grande para ser preenchido só que este afato.. não é mesmo?

De todos os modos, o mercado vive de expectativas, e a melhora do humor dos investidores aqueceu as turbinas hoje e fez a Bovespa romper os 42 mil pontos...

MAS MUITA CALMA NESSA HORA
Daí a se aventurar a dizer que a recuperação será consistente é um passo mais audacioso, que não me atreveria a dar.

Afinal, não podemos esquecer que por aqui, no Brasil, por outro lado, as previsões para o desempenho da economia neste ano seguem em deterioração cada vez mais pronunciada. Ao falar sobre os cortes no orçamento na semana passada, o ministro Paulo Bernardo reconheceu que o governo já trabalha com um crescimento da ordem de 2% para este ano. Já entre os analistas, as projeções são bem mais modestas: de acordo com o Boletim Focus anunciado hoje, a mediana das estimativas recuou para apenas 0,01%, ou seja, crescimento nulo neste ano.

Outro aspecto importante a citar é que com a forte queda ocorrida nas taxas de juros de mercado (Selic hoje em 11,25% aa e com VIES DE BAIXA PARA MENOS DE 10% no final de 2009), é provável que mais recursos migrem para a bolsa, na expectativa que as ações tenham um desempenho melhor que os juros.

É isso.. Olhos e Ouvidos bem atentos, &

BON$ INVE$TIMENTO$

terça-feira, 17 de março de 2009

POUPANÇA SERÁ REVISTA!

Prezados,


A economia, como sabemos, é um todo. Ao mexer em uma parte do todo, naturalmente, teremos reflexos em outras partes.


É por isso que a rentabilidade da poupança será revista!

O MOTIVO: O BENDITO CRÉDITO !!
Sabemos que a oferta de crédito no mercado já está escassa.

Logo, o governo se vê obrigado a mudar a metodologia de cálculo da caderneta de poupança para evitar uma migração em massa dos recursos dos fundos de investimento.

CONSEQUÊNCIAS
São os fundos de investimento as principais fontes de recursos para empréstimos dos bancos.

Por isso, se por um lado uma migração das aplicações para a poupança amplia a oferta de dinheiro para o setor imobiliário, por outro, reduz ainda mais para empréstimos a pessoas físicas e empresas.

Outra preocupação diz respeito ao rendimento dos títulos públicos, que são remunerados pela Selic.

Com a queda da taxa básica de juro para 11,25%, os principais instrumentos de rolagem da dívida pública também se tornaram menos atrativos do que a poupança. Isso porque, além do rendimento garantido pela TR mais 6%, as cadernetas também não sofrem a incidência de Imposto de Renda.

Tal fenômeno poderia dificultar, no futuro próximo, a rolagem da dívida interna do país.


quinta-feira, 12 de março de 2009

Corte de 1,5% na Selic foi como o esperado, mas ainda pairam dúvidas...

Prezados,

Embora o corte de 1,5% na taxa ( passamos a ter a SELIC em 11,25% ao ano e continuamos sendo a maior taxa de juros real do mundo!!!! ) realizado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) tenha sido em linha com o esperado por grande parte dos analistas, as sinalizações da autoridade monetária para as próximas reuniões têm gerado divergências.

Alguns pontos, entretanto, são praticamente consenso. O primeiro é que o aumento da magnitude do corte - em relação ao realizado em janeiro - teve raízes nos indicadores econômicos domésticos divulgados recentemente.

O segundo ponto é que, com a continuidade da deterioração da economia internacional e um cenário doméstico mais difícil, acredito que veremos pelo menos mais uma redução no juro básico brasileiro em abril, em maior ou menor ritmo.

O "X" DA QUESTÃO É....
O motivo para tanta divergência em relação aos próximos passos do Copom é a forma como foi escrito o comunicado divulgado ontem, dia 11/03/09. O texto traz mudanças importantes em relação ao comunicado de janeiro, levando a interpretações diferentes.

TEXTO DO COMUNICADO DO COPOM EM 11/03/09
"Avaliando o cenário macroeconômico, o Copom decidiu, neste momento, reduzir a taxa Selic para 11,25% a.a., sem viés, por unanimidade.

O Comitê acompanhará a evolução da trajetória prospectiva para a inflação até a sua próxima reunião, levando em conta a magnitude e a rapidez do ajuste da taxa básica de juro já implementado e seus efeitos cumulativos, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária."

Mais detalhes e pormenores poderão ser obtidos por meio da ata da reunião de ontem, que será divulgada no dia 19 de março.

PROXIMOS CAPÍTULOS...
A próxima reunião do Copom será em 28 e 29 de abril.

Até lá, o BACEN acompanhará a evolução do ânimo do mercado para decidir o que fazer...

quarta-feira, 11 de março de 2009

DA SÉRIE: EU JÁ SABIA... RECESSÃO À VISTA

Prezados,

Os dados do IBGE de janeiro de 2009 de produção industrial brasileira mostraram uma queda de 17,2%, comparada ao mesmo período do ano anterior.

EVIDENCIAS DO TSUNAMI
Vale dizer que, mesmo neste cenário conturbado pela pior crise financeira das últimas sete décadas, não me lembro de outro país que tenha sofrido queda tão forte quanto a produção industrial brasileira.

O QUE EXPLICA ESTA QUEDA TÃO BRUSCA NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL E NO PIB?
Os analistas em geral e o governo interpretaram a violenta queda na produção industrial, desde setembro, como um ciclo de ajuste de estoques.

Neste ciclo, uma súbita e inesperada queda na demanda final teria provocado um aumento excessivo e não desejado de estoques, o que teria provocado um freio brusco na produção industrial. Mas, como a demanda final não sofreu uma queda tão grande, como mostram os dados de vendas do comércio varejista no mesmo período, uma vez ajustados os estoques para o nível desejado a indústria voltaria a recuperar e produzir mais.

Nesta perspectiva, esperava-se que a produção industrial em janeiro tivesse forte recuperação, de 10% ou mais, e não os meros 2,3% divulgados pelo IBGE. Isto causou surpresa generalizada. Causou surpresa também que o comércio e os serviços nos setores não dependentes de crédito continuassem com o nível de atividade quase normal.

Na realidade, a brusca queda na produção industrial não foi causada por ajuste de estoque.

Foi, sim, uma crise de crédito e um quase pânico que provocaram esse impacto na indústria, que tem ainda frescas na memória as crises provocadas pelas sucessivas paradas súbitas no fluxo de capitais do exterior. Não foi uma queda na demanda final pelos consumidores e corte nos pedidos pelo comércio varejista que provocaram tamanha contração na produção industrial.

Não estamos vivendo um processo recessivo típico, iniciado pela queda na demanda agregada, o aumento de desemprego e queda na renda, seguida de aumento de estoques e queda na produção.

Foi o desaparecimento do fluxo de capitais do exterior, com o fluxo líquido tornando-se negativo no último trimestre do ano passado - seguido de contração generalizada de crédito doméstico pelos bancos - que, a partir de outubro, gerou um quase pânico que provocou uma parada brusca da produção industrial.

Neste quadro, empresas que apostaram ganhar com derivativos na expectativa de apreciação do real tiveram grandes prejuízos (Sadia, VCP, Embraer, etc.), amplificando enormemente os possíveis efeitos da crise financeira, desencadeando a redução ou cancelamentos de encomendas de forma generalizada, seguidos de férias coletivas e demissão de trabalhadores em massa, em dezembro.

DEPOIS DA EUFORIA VEM....
É bom lembrar que esta contração no crédito foi antecedida por uma grande euforia e aumento no crédito.

A partir de 2006, tivemos um verdadeiro boom de entradas de capitais do exterior, particularmente através do mercado de capitais, permitindo às empresas captarem recursos a custo muito mais baixo do que aquelas praticadas pelo nosso sistema bancário.

Isso permitiu a geração de emprego e expansão da economia brasileira. Este fluxo de capitais se reduziu ao longo de 2008, mas é no final deste ano que, subitamente, o fluxo se reverte e gera uma restrição generalizada de crédito.

Desta forma, a produção industrial não se ajustou a uma queda autônoma da demanda dos consumidores, que não aconteceu, mas à escassez de crédito do exterior e à reação de pânico dos bancos.

Economias abertas e dependentes como a nossa estão sujeitas a duas restrições de liquidez, da moeda nacional e da estrangeira - qualquer delas pode desorganizar e paralisar a produção e os investimentos.

Foi a parada no fluxo de capitais do exterior, acompanhada de contração no crédito doméstico, a dupla restrição de liquidez que desorganizou a economia, desencadeando paralisação nos investimentos, corte nos pedidos e demissão de trabalhadores.

Desta forma, se as autoridades responsáveis pela política monetária tivessem reagido para compensar a parada no fluxo de capitais e de crédito do exterior, flexibilizando a política monetária e expandindo o crédito doméstico, provavelmente a contração na produção teria sido muito menor.

O QUE AINDA ESTÁ POR VIR....
A visão de POLÍTICA MONETÁRIA (SOMOS A MAIOR TAXA DE JUROS REAL DO MUNDO!) do Banco Central terá conseqüências profundas para o desenrolar da economia brasileira nos próximos meses.

Em primeiro lugar, as demissões já ocorridas de trabalhadores vão desencadear uma contração na demanda agregada, que no Brasil tem efeitos retardados em função dos benefícios sociais pagos na demissão, mas vai atuar nos próximos meses, desencadeando novas demissões.

Assim, podemos esperar, para os próximos meses, novas quedas na produção, desencadeadas agora pela queda na demanda.

Em segundo lugar, o cancelamento de investimentos produtivos vai comprometer a futura taxa de crescimento da economia brasileira que, a duras penas, vinha se acelerando.

Em terceiro lugar, o problema da economia brasileira, que era fundamentalmente monetário e creditício, pois o crescimento econômico estava baseado na ampliação do mercado interno e puxado pela demanda da "classe média" em expansão, poderá transformar-se em fiscal. Se, a exemplo do que aconteceu no resto do mundo, a nossa política monetária tivesse sido flexibilizada no crédito doméstico, compensando os efeitos da restrição de crédito externo, as medidas fiscais poderiam ser desnecessárias.

REDUÇÃO NA SELIC AMANHÃ É CERTA...O QUANTO É A QUESTÃO !
Há ainda tempo para o Banco Central atue e incentive a capacidade produtiva diminuindo a SELIC, pois que, no atual contexto global de contração de liquidez e no PIB mundial, não há espaço para acelerações inflacionárias - ao contrário, vamos enfrentar fortes forças deflacionárias.

Se a taxa de juros for reduzida fortemente hoje, quarta-feira e, se os depósitos compulsórios forem reduzidos, adicionalmente, para reduzir os "spreads" dos bancos, as repercussões negativas da contração do nível de emprego e queda nos investimentos poderão, pelo menos, ser parcialmente neutralizados.

Se isto não acontecer, a queda brusca na produção do setor real da economia foi tão forte que vai voltar com toda força sobre o setor financeiro, com aumento de inadimplência e quebra de empresas.

Daí sim vamos importar com um efeito ainda maior os impactos, por vias tortas, da crise financeira mundial.

Sr. Presidente, a marolinha é sim, um TSUNAMI !

segunda-feira, 9 de março de 2009

EXPECTATIVA PARA O COPOM DESTA SEMANA: HÁ QUEM APOSTE EM QUEDA DA SELIC DE ATÉ 1,5% !

Prezados,

Há quem trabalhe com a expectativa de um corte maior na Selic na reunião do Banco Central (BC) desta semana.

A fraca produção industrial de janeiro fez com que alguns analistas passassem a prever corte de 1,5 ponto percentual no juro básico, que iria a 11,25% ao ano.

Hoje, a SELIC está em 12,75% aa.

O fato é que os números vieram muito ruins, e a dita economia real ("Main Street") está piorando rapidamente.

Desta forma, não me espantaria se o nosso BACEN seguisse os bancos centrais de outros países e promovesse um corte maior na Taxa de Juros Básica da nossa economia, a TAXA SELIC.

MOTIVOS NÃO FALTAM PARA REDUZIR A SELIC
Em janeiro, segundo o IBGE, a produção industrial caiu 17,2% na comparação com igual período de 2008.

Agora é aguardar até quarta-feira, dia 11/março!

sexta-feira, 6 de março de 2009

NOVO HORÁRIO DA BOVESPA A PARTIR DE 09-MARÇO-2009

Prezados,

Vale lembrar que em razão do final do horário de verão no Brasil e do início do horário de verão nos Estados Unidos, vigorarão, a partir de 09/03/2009 (próxima segunda-feira), inclusive, novos horários de negociação para a Bolsa, segmentos BOVESPA e BM&F, conforme abaixo:

  • Pregão regular
das 10h às 17h – sessão contínua de negociação – para todos os ativos em todos os mercados;

  • After-Market
das 17h45 às 19h – fase de negociação.

FRASE DO DIA

" Não se pode acreditar que nem um homem, multidão, ou nação possa agir humanamente nem pensar de forma sã sob a influência de grande medo.

Dominar o medo é o começo da sabedoria.
"



Bertrand Russell.

quinta-feira, 5 de março de 2009

PROMOÇÃO REVISTA INVESTMAIS & BUSSOLA DE FINANCAS: ACESSE O SITE, CADASTRE-SE E RECEBA TRES EDICOES GRATUITAS !

Prezados,

A Revista INVESTMAIS é uma publicação interessante, da qual já tive o prazer de fazer parte de uma reportagem.

Ela está com uma promoção bacana, veja o texto abaixo da campanha:

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A opinião dos melhores especialistas e profissionais das grandes corretoras do mercado

Perfil de algumas das empresas mais comentadas da Bolsa, desde small caps até as blue chips

Análises das IPOs – companhias que estão entrando na Bolsa agora –, o que pretendem fazer nos próximos meses e se vale a pena investir nelas.

Matérias especiais sobre educação financeira, comportamento do investidor, cenários e tendências que vão afetar seus investimentos

Indicações de livros e sites que vão ajudar você a potencializar seus investimentos

Histórias de pessoas comuns que estão tendo sucesso na bolsa

São 64 páginas e a Publicação é mensal

ATENÇÃO:

Promoção limitada a 500 cortesias

Garanta aqui a sua! Quero uma cortesia!




O PIOR DA CRISE JÁ PASSOU?

Prezados,

Esta crise tem surpreendido por sua intensidade nos diferentes setores da economia, porém o comércio internacional tem sido um dos mais afetados. Ao contrário do que aconteceu na década de 30 quando os países, para proteger os seus trabalhadores, optaram por criar barreiras protecionistas, causando um colapso severo do comércio mundial, hoje esta tendência não parece ser seguida (menos mau assim!).

Tal declínio, então, pode ser explicado pelo fato das demandas domésticas estarem superestimadas, assim como pelos fluxos de comércio estarem supondo crescimentos muito maiores do que os esperados atualmente. Com isso, uma redução para adequação de estoques era esperada.

O PROBLEMA DO "C" DO CREDITO AFETOU O CORACAO DO SISTEMA!
Um dos principais problemas para a velocidade do movimento recente foi a ruptura da oferta de crédito, uma vez que, no sistema de comércio atual, as antecipações de exportações são parte essencial.

Com a crise de crédito generalizada, as antecipações que estavam se tornando cada vez mais longas, se tornaram escassas, prejudicando a capacidade de exportar de uma série de empresas.

Esta mudança drástica nas condições de financiamento gerou necessidade de se criar novas estruturas e acordos entre as partes. Adiciona-se a isso, ainda, os financiamentos informais entre fornecedores que foram interrompidos devido à dificuldade de fluxos de caixa individuais.

Até agora os governos tem resistido às tentações protecionistas, mas as notícias não nos deixam esquecer que estas sempre estarão por perto. Há duas semanas o presidente francês, Nicolas Sarkozy, pensou em proteger os trabalhadores da indústria automobilística francesa, em detrimento dos da República Tcheca. Nesta semana o governo francês voltou atrás dessa decisão e assinou um memorando com a Comissão Européia de que não tomaria tais medidas.

Na mesma linha, o Congresso Americano aliviou a cláusula “buy american” - que protegia a indústria siderúrgica de seu país - para países que assinaram o acorde do WTO.

A ASIA...
Não podemos deixar de ter em mente que as economias asiáticas são muito dependentes das economias avançadas ou da exportação de bens duráveis e semiduráveis que entram na fabricação de máquina e equipamentos eletroeletrônicos e mecânicos.

Como o consumo destes produtos majoritariamente é de países avançados, a demanda por eles tende a cair abruptamente, uma vez que os EUA e a Europa se encontram em recessão e assim devem ficar por algum tempo.

O FMI aponta um crescimento negativo este ano para as economias avançadas e também para a corrente de comércio. Tal fato tende a agravar o crescimento dos países asiáticos que são muito dependentes das exportações para o crescimento da economia.

E O BRASIL?
No caso brasileiro, o efeito também será negativo. Acredito em uma queda importante em nossas exportações em relação a 2008.

Além do que nossa pauta é mais dependente de produtos ligados ao setor primário e ainda temos uma maior diversificação no que tange ao número e a importância dos países nas exportações total.

A parte que diz respeito á máquinas e equipamentos elétricos e mecânicos, mais ou menos 25% da pauta, deve sofrer uma queda mais expressiva, fruto da crise internacional e da diminuição de manda por tais bens. Como a participação é relevante o impacto via este canal também será.

O "X" DA QUESTAO...
O comércio internacional sem dúvidas é um ponto nevrálgico da contaminação desta crise, principalmente, até agora, pelo canal do crédito.

Os efeitos dessas contrações já mostraram os efeitos devastadores sobre as economias asiáticas, que podem servir de exemplo do que aconteceria se o mesmo acontecesse com o resto da economia global.

As medidas protecionistas apesar de terem se intensificado marginalmente não estão ainda em um espiral perigoso. Dito isto, mesmo diante desse cenário de não implementação dessas medidas, o comércio internacional não será válvula de escape para nenhuma economia, no curto prazo, como normalmente é em períodos de crise.

RESUMO DA OPERA
Não se anime com a subida de hoje, quarta-feira, dia 04-03-09. A Vale subiu 10% com a perspectiva de demanda maior chinesa, mas é só uma expectativa, que pode se concretizar ou não... Ainda há muito o que se superar até voltarmos ao patamar de antes !

segunda-feira, 2 de março de 2009

FRASE DO DIA

Prezados,

De Karl Marx para os dias atuais...

" Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado "

Karl Marx, Das Kapital, 1867

What goes around, comes around....< Tudo que vai, volta >

Prezados,


Da série “recordar é viver”...

O início do século XXI foi marcado por abundante liquidez nos países desenvolvidos.

Não por acaso as baixas taxas de juros nos Estados Unidos, em particular, impulsionaram o crescimento do mercado imobiliário daquele país. Os preços das casas subiam, a percepção de riqueza aumentava, e, como consequência, o consumo também.

Todos pareciam estar se beneficiando das excelentes (na verdade bem relaxadas, hoje sabemos) condições de concessão de crédito imobiliário. Ao mesmo tempo, nos mercados de capitais ao redor do mundo, assistíamos a uma incessante busca por investimentos com maiores retornos esperados do que os proporcionados pelos investimentos tidos como mais "tradicionais".

E O BRASIL... ???
O Brasil, ainda sub-grau de investimento, beneficiou-se merecidamente dos fluxos de capitais que atravessavam o globo em busca dos altos retornos.

Nossa moeda se apreciou, a bolsa subiu, e passamos por um período de estabilidade há muito não visto.

Outros países em desenvolvimento, da mesma forma que o Brasil, também se beneficiaram. O crescimento da China tomava conta dos noticiários. Nada parecia ameaçar o cenário à frente. Nesse ambiente, oportunidades de investimento mais complexas, com ótimas perspectivas de ganhos, atraíam cada vez mais os recursos de investidores espalhados pelo planeta.

A PROFUSÃO DOS DERIVATIVOS...
Os derivativos lastreados em empréstimos imobiliários americanos, não eram exceção e o crescimento desse mercado certamente foi ajudado pelas favoráveis - e camaradas - avaliações de crédito concedidas pelas agências de rating.

Os retornos obtidos com as aplicações de maior risco vinham sendo bastante generosos naqueles anos e todos os indicadores pareciam apontar para a continuidade do cenário de crescimento e calmaria.

Tomar risco estava valendo a pena!

Assim, investidores de todos os tipos e portes passaram a tomar cada vez mais risco em suas carteiras, buscando obter retornos cada vez mais atraentes, provavelmente ofuscados pelos baixos níveis de volatilidade observados em quase todos os mercados. A baixa volatilidade parecia indicar (erradamente) que as ameaças à continuidade do cenário benigno eram poucas, e, para muitos, até inexistentes.

Sabemos que a volatilidade é simplesmente uma medida da oscilação dos preços, estando longe de ser um indicador confiável dos reais riscos à frente. Porém, no ambiente em que nos encontrávamos, ninguém parecia saber de onde viriam as más surpresas.

Se o cenário era de calmaria, as taxas de juros eram baixas, e os riscos não pareciam ameaçadores, por que então um investidor não tomaria recursos emprestados para aplicar nos mercados de forma a obter retornos ainda mais altos para sua carteira? O nível de alavancagem (tomar recursos emprestados para investir em mercados de risco) que havia nos mercados até há pouco permitiu que investidores com um pequeno montante de recursos pudessem se expor a um grande nível de risco.

Grandes investidores expuseram-se a níveis de risco ainda maiores. Os complexos instrumentos derivativos eram estruturados de forma a conter o nível de alavancagem desejado pelos mercados nos diferentes tipos de risco, incluindo o risco embutido naqueles créditos que impulsionavam o crescimento do mercado imobiliário americano.

Parece que períodos mais longos de calmaria e abundância de liquidez acabam proporcionando a nós, investidores, uma sensação de conforto excessivo no convívio com o risco financeiro.

Nestas circunstâncias, acabamos por tomar riscos que na verdade não temos condições, emocionais e financeiras, de suportar. E o que é pior: só aprendemos que estávamos errados quando o mercado vem de encontro às nossas posições.

Daí, quando um cenário adverso, antes impensável, se materializa, vários investidores acabam por colocar à venda suas posições de risco de forma a se desalavancarem o mais rápido possível, o que só contribui para pressionar os já pressionados mercados. Muitos investidores são forçados a liquidar suas posições para fazer frente às chamadas de margem das suas posições alavancadas. E assim se aprofundam as crises - muita gente tentando vender muito risco ao mesmo tempo.

O PRÓXIMO PASSO?
Um longo e demorado período de ajustes....

Afinal, tudo o que sobe uma hora desce, e o que fica muito barato atrai compradores...


Ainda bem que ainda não inventaram nada mais eficiente que a Lei da Oferta e Demanda....


BON$ INVE$TIMENTO$