sexta-feira, 22 de agosto de 2008

IPO da VISANET vêm aí!!

Prezados,

A Visanet, empresa que faz o credenciamento de estabelecimentos comerciais para a bandeira Visa, dará na próxima segunda-feira, dia 25, o primeiro passo para a listagem de ações na Bovespa.

Nesse dia, os acionistas da empresa se reunirão em assembléia para autorizar a apresentação de pedido de registro de companhia aberta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A operação da empresa é aguardada pelo mercado desde que a concorrente Redecard lançou ações, há um ano.

Segundo o diretor executivo de finanças e administração da Visanet Brasil, Vitor Fabiano, a convocação foi efetuada para que sejam criadas condições prévias e para que a empresa esteja pronta para a oferta inicial de ações, caso venha a ser definida pelos acionistas.

Uma vez que o pedido da Visanet ingresse na CVM, a operação deve permanecer em análise por pelo menos um mês. O mercado não sabe estimar se a oferta será realizada neste ano, pois dependerá da janela de oportunidade.

Apesar da instabilidade dos mercados, é possível dizer que a distribuição tem sinalização muito positiva. Em março passado, período nebuloso para o mercado de capitais, diante da crise de crédito internacional, a Visa fez a maior operação inicial de venda de ações nos Estados Unidos, com volume recorde de US$ 17,86 bilhões.

Bradesco e Banco do Brasil devem se beneficiar
É provável que a operação de Visanet pode ser um fator a impulsionar as ações do Bradesco e do Banco do Brasil, que possuem fatias de 40% e 32%, respectivamente, na empresa. Os papéis devem se beneficiar tanto do valor que o mercado atribuir à Visanet, quanto da venda de ações em uma eventual oferta secundária, em que os recursos vão para os acionistas.

A corretora do Itaú assumiu múltiplos para a Visanet semelhantes aos de Redecard, com preço/lucro (P/L) estimado para 2008 de 21,5 vezes e crescimento de receita de 21%. A corretora calculou valor de mercado de R$ 23 bilhões - o da Redecard é de R$ 20 bilhões. Na assembléia, os acionistas também aprovarão a conversão das ações ON, hoje divididas em A e B, em uma classe única de ordinárias.

Fiquemos atentos!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

SAIBA RECONHECER UMA AÇÃO EX!

Prezado(a)s,

Uma dúvida muito comum entre investidores é sobre as correções de preço que uma ação pode sofrer na Bolsa.

Muito investidores gostam de ações que pagam bons dividendos, muitas empresas definem pagamentos regulares de Juros sobre Capital Próprio (JCP) e/ou Dividendos para entrar na mira destes investidores.

Porém, quando a empresa paga efetivamente o JCP ou Dividendo, o último preço de fechamento de suas ações é ajustado para baixo, descontando o valor pago. O novo preço de fechamento teórico é chamado de preço EX.

Há vários eventos que podem gerar correções teóricas de preços históricos, ou preços EX.

As mais comuns são:

- Bonificação: Ocorre sempre que uma empresa distribui ações aos acionistas para ajustar diferenças de patrimônio líquido. Como o valor de mercado da empresa não muda, mas o número de ações em circulação sim, o preço da ação deve ser ajustado teoricamente.

- Dividendo ou Juros sobre Capital Próprio: Embora sejam dois eventos diferentes, o efeito prático no preço das ações é o mesmo. Se uma ação fechar em uma sexta-feira cotada a R$ 100 / ação e pagar um Dividendo ou JCP de R$ 1 / ação ao acionista, na segunda-feira o preço teórico do último fechamento será de R$ 99 / ação (100 - 1).

- Subscrição: Se a empresa faz uma chamada de capital aos acionistas, ou seja, distribui novas ações no mercado e aumenta o seu patrimônio líquido, o preço destas novas ações deve sempre ser menor do que o preço de mercado. Isto faz com que um ajuste teórico seja necessário para equalizar os preços de todas ações (novas e antigas) em uma mesma cotação.

- Grupamento: Muitas vezes o preço de uma ação fica muito baixo, na casa de centavos, e dificulta análises e operações de maior volume. Neste caso, a empresa normalmente agrupa várias ações antigas e troca por apenas 1 ação nova. Assim, um investidor que possuía 1.000 ações desta empresa, após um grupamento de 500 para 1 por exemplo, terá apenas 2 ações, ou 1.000 / 500. Só que o valor financeiro que ele possuía não pode mudar, então o que muda é a cotação da ação, que neste caso vai subir bastante.

- Desdobramento: é o inverso do Grupamento. Ações de empresas sólidas que se valorizam muito na bolsa acabam ficando caras demais, a ponto de perder compradores simplesmente porque eles não têm dinheiro para comprar um lote mínimo de 100 ações. Quando isto ocorre, as empresas podem desdobrar 1 ação em várias, mas normalmente em 2 ações. Assim, um desdobramento de 1 para 2 faz com que o preço da ação caia pela metade, uma vez que dobra o número de ações em posse dos acionistas.

UM CASO PRÁTICO – PETROBRAS (PETR4)
A ação preferencial de Petrobras - PETR4 - fechou cotada em 25/04/2008 a R$ 84,30 / ação.

Com isto o lote padrão de 100 ações de PETR4 custava R$ 8.430, caro demais para vários investidores pequenos.

A empresa definiu em comunicado ao mercado que iria dobrar o número de ações em circulação por meio de um Desdobramento a partir de 25/04/2008. Sendo assim, quem tinha 1 ação passou a ter 2.

Um investidor desavisado poderia achar que a sua posição acionária tinha dobrado, mas longe disso, a posição acionária de todos os acionistas ficou igual.

O patrimônio líquido da empresa também continuou igual, então o que mudou?

Resposta: A Cotação.

Uma pessoa que tinha comprado 100 ações de PETR4 no fechamento de 25/04/2008 por R$ 8.400, acordou em 28/04/2008 com 200 ações, mas continuou com os mesmos R$ 8.400 em custódia. Para isto ser possível a Bovespa aplicou um cálculo a última cotação de fechamento de R$ 84,30 e modificou-a para R$ 42,15, ou 84,30 / 2. O primeiro negócio do dia 28/04/2008 saiu pela cotação de R$ 42,58 / ação, ou uma alta de 1% sobre o fechamento teórico anterior de R$ 42,15 / ação.

Pelo exemplo acima conseguimos ver que o desdobramento foi positivo para as ações da Petrobras, pois realmente atraiu mais investidores e fez com que isto criasse valor as acionistas.


MAS E O GRÁFICO DA AÇÃO?
É importantíssimo que o investidor que usa a Análise Gráfica fique atento aos preços EX, pois sempre que uma cotação é ajustada teoricamente, não é apenas o último fechamento que é afetado, mas sim todo o histórico da ação.

Lembrando que muitos indicadores dependem do preço para serem calculados, então um gráfico de preço errado vai levar a um gráfico de indicador errado. Óbvio que isto fará com que a tomada de decisão sobre compra ou venda sairá errada.

BON$ INVE$TIMENTO$!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A QUEDA DA BOLSA

Prezados,

Abaixo reproduzo o texto interessante, que saiu hoje no Jornal O GLOBO, escrito por Ilan Goldfajn (ex-diretor do BACEN e atualmente sócio da Ciano Investimentos)....

A queda da bolsa
O investidor sofre com os altos e baixos da bolsa de valores. Na realidade gosta dos altos, sofre mesmo é com os baixos. O problema é que os baixos estão dominando nos últimos meses. O índice da Bolsa de Valores (Ibovespa) já caiu mais de 20% desde que atingiu o seu auge em meados de maio, quando o Brasil recebeu o grau de investimento das agências de classificação de risco. No acumulado do ano a queda é de 12%.

Outras bolsas caíram ainda mais. A da Índia caiu 28%, China, 48%, e a da Rússia, 17%. Nos países desenvolvidos, a queda foi de 21% na Alemanha, quase 15% nos EUA (S&P), 35% na França, e, na Inglaterra, 17%.

O que está acontecendo?
É pura volatilidade dos mercados ou um sinal relevante de preocupação pelo que vem pela frente no mundo? Por algum tempo, acreditava-se que haveria uma saída benigna para a crise americana. A economia americana não sofreria tanto e as economias emergentes efetivamente se descolariam dos problemas nos EUA. E, por enquanto, os dados econômicos ainda são bons: a economia dos EUA cresceu 1,9%, no último trimestre, e as economias emergentes crescem ainda num ritmo forte. Mas cresce a percepção que chegamos ao final do ciclo de prosperidade dos últimos anos. Numa recente entrevista, o ex-presidente do Fed (Banco Central dos EUA), Alan Greenspan, após passar 20 anos no cargo, e conhecido pela sua capacidade de analisar os dados econômicos, afirmou que os EUA estão à beira de uma recessão, e que os problemas imobiliários estão longe de serem resolvidos. Descreveu a crise financeira atual como algo que acontece apenas uma vez em cada cem anos.

Não há consenso sobre o que aflige o mundo.
Alguns acreditam que o mundo está crescendo rápido demais, já que a oferta de matéria-prima não consegue acompanhar esse ritmo, o que eleva os seus preços, em especial o petróleo, e gera inflação no mundo. O economista Ken Rogoff, professor de Harvard, num artigo no Financial Times, recomenda aos países desacelerarem as suas economias para evitar o pior. Isto significa apertar a política monetária (subindo os juros), nas economias emergentes, e que os países industriais (leia-se EUA) parem de estimular a sua economia com pacotes econômicos, que só vão adiar a solução final: o mundo precisa de uma desaceleração pronunciada.

Outros, como o economista Paul Krugman, professor de Princeton e colunista do The New York Times, acreditam que o risco é de uma recessão global, e que os EUA estão certos em tentar evitar o pior baixando os juros e segurando a economia com pacotes fiscais que estimulam o consumo. Somando as preocupações, teríamos, de um lado, a crise financeira nos EUA levando a uma recessão e desaquecimento global. De outro, o excesso de demanda, continuando a elevar o preço das commodities e provocando inflação no mundo.

Acho difícil acreditar que estamos fadados simultaneamente a uma inflação galopante no mundo e a um desaquecimento global de magnitude não vista anteriormente. Num cenário, a aceleração da inflação levaria os bancos centrais a apertar a taxa de juros, para, só depois de alguns meses, levar a uma desaceleração.

Alternativamente, poderia ocorrer uma desaceleração imediata, levando à queda dos preços das commodities, o que ajudaria no combate à inflação. Não haveria estagflação no mundo. Ou bem a inflação é um problema que será combatido pelos bancos centrais, o que levaria a uma estagnação depois de alguns meses (dadas as defasagens normais da ação dos bancos centrais), ou a estagnação chegou mais cedo, exercendo pressão baixista sobre os preços, e a inflação não será um problema tão grave no mundo.

De qualquer forma, ambas as visões antevêem o fim do ciclo de prosperidade dos últimos anos. O fim do ciclo não é equivalente ao fim do processo. Após uma desaceleração cíclica, espera-se que os fatores estruturais continuem a impulsionar a economia mundial. Há ganhos de produtividade que vieram para ficar, como os advindos da internet e da informatização dos processos, que precisam ainda espalhar-se pelo mundo. A incorporação de centenas de milhões de pessoas na Ásia (China, Índia e outros) à economia mundial deve continuar a impulsioná-la e mudar a face do desenvolvimento mundial.

Um período de retração mundial apenas permitirá uma folga para que a oferta de matérias-primas se recomponha, a reboque dos investimentos que estão fluindo para esses setores.

E qual é a conseqüência desse cenário para o Brasil e para as empresas brasileiras?
Até o momento a economia brasileira foi beneficiada por algumas características específicas da crise - subida dos preços das commodities e juros extremamente baixos nos EUA -, mas isto pode estar mudando. Uma desaceleração global mais pronunciada inevitavelmente reduziria o preço das commodities no mundo, reduziria o valor e o volume de exportações brasileiras e afetaria o crescimento do Brasil.

Todos esses fatores exercem pressão negativa sobre o valor das empresas na bolsa. A queda da bolsa de valores no Brasil está sinalizando que os investidores estão crescentemente preocupados com o cenário de desaceleração global e queda do preço das commodities.

Nesses momentos é bom considerar o médio e longo prazo. O padrão de crescimento global tem favorecido o Brasil, e deve continuar a fazê-lo. Na medida em que há uma tendência, ao que tudo indica irreversível, de incorporação à economia de mercado de contingentes populacionais expressivos na China e Índia, o mundo continuará precisando de alimentos, água, petróleo, energia alternativa, minerais e outras commodities.

Países, como o Brasil, que têm abundância relativa desses fatores podem continuar a beneficiar-se. Basta não desperdiçar esta oportunidade, investindo na infra-estrutura e na educação da sua população.


Pensamento

"Compre ao som dos canhões
e
venda ao som dos violinos!"

Agosto amargo

Prezados,

Agosto mal começou, mas a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) já conseguiu praticamente dobrar as perdas acumuladas em 2008. Até o fechamento de julho, a queda do Ibovespa - principal índice do mercado brasileiro - havia atingido 6,86%, mas depois de cair mais de 3% nos dois primeiros pregões de agosto as perdas foram ampliadas para 12,96% em 2008 - 6,55% apenas este mês.

Hoje, o principal índice da Bolsa recuou 3,51%. Em pontos, a Bovespa terminou em 55.609,1 pontos, menor nível desde 23 de janeiro. A queda dos metais e do petróleo e a fuga de estrangeiros derrubaram as principais ações domésticas, com as blue chips (ações de maior negociação) e os papéis de primeira linha conduzindo o tombo.

Em Nova York, o Dow Jones teve queda bem menor, de 0,37%. Além dos números ruins sobre a economia norte-americana, o setor financeiro voltou a pesar hoje sobre os índices, depois da quebra do First Priority Bank, da Flórida, fechado na sexta-feira, e da queda do lucro do HSBC.

O petróleo ajudou Wall Street ao cair 2,95%, para US$ 121,41, mas prejudicou as ações da Petrobras, ainda afetadas com as vendas dos investidores estrangeiros. As ações ON da empresa terminaram em -5,13% e as PN, em -4,69%.

Foi Vale, porém, quem roubou a cena do pregão ao derreter mais de 7%. Além do fechamento em baixa dos metais e da fuga de estrangeiros, os investidores têm penalizado os papéis após a oferta de ações, no mês passado, e também em meio às notícias de taxação do setor pelo governo. Meu juízo, entretanto, é de que há exagero na queda.

Amanhã, o principal destaque da agenda é a reunião do Banco Central dos Estados Unidos, que deve manter a taxa de juro em 2% ao ano. A avaliação é de que os investidores já se protegeram do evento no pregão de hoje e, a menos que uma notícia muito ruim esteja no comunicado que traz a taxa de juros, pode haver espaço para compras.

Dólar sobe

A venda de ações por parte de investidores estrangeiros na Bovespa manteve o dólar em alta durante todo o dia, mas reduziu a valorização perto do fechamento. A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 1,563, em alta de 0,06%.

Existem 1000 maneiras de aplicar em Fundos! Escolha a sua!

Prezados,

A variedade de opções é enorme!

Abaixo relaciono as principais características dos tipos de fundo, segundo a ANBID.

Os fundos de Curto prazo se dividem em duas subcategorias, sendo a primeira de fundos de curto prazo tradicionais e a segunda em que os depósitos são feitos automaticamente pela administradora (Curto prazo Aplicação Automática).

Entre os fundos Referenciados, a Anbid divide a indústria entre os fundos Referenciados DI, que investem no mínimo 95% do valor de sua carteira em títulos ou operações que acompanhem a rentabilidade dos Certificados de Depósito Interbancário (CDI) ou da Selic, e Referenciado Outros, que acompanham outro indicador, como um índice de inflação.

Os fundos de Renda Fixa se dividem entre fundos que investem em títulos de juros do mercado doméstico e que acompanham índices de preços, chamados apenas de renda fixa; fundos de Renda Fixa Médio e Alto Risco e Renda Fixa Com Alavancagem. Os primeiros devem manter, no mínimo, 80% de sua carteira em títulos públicos federais ou ativos com baixo risco de crédito e não admitem alavancagem.

As duas últimas subcategorias contam com fundos bem mais arriscados, já que podem investir mais de 20% do patrimônio em títulos de crédito de empresas privadas. Nos fundos com alavancagem, como o nome indica o gestor ainda pode realizar operações para tentar aumentar a rentabilidade e o risco de perda de patrimônio é bastante alto.

Os fundos Cambiais podem aplicar em ativos ligados à variação do dólar (Cambial Dólar sem Alavancagem) ou do euro (Cambial Euro sem Alavancagem). Nenhuma das duas subcategorias admite fundos em que o gestor pode alavancar o patrimônio.

Os fundos Multimercados investem em diferentes classes de ativos e se dividem em subcategorias que indicam se o gestor tem uma parcela da carteira aplicada em ações e se ele pode alavancar o patrimônio em busca de maior retorno. São elas: Balanceados, Multimercados sem Renda Variável, Multimercados com Renda Variável, Multimercados sem Renda Variável Com Alavancagem, Multimercados com Renda Variável com Alavancagem, Capital Protegido e Long Short. As duas últimas subcategorias se referem à estratégia do gestor.

Nos fundos de capital protegido, uma parte das aplicações do investidor fica protegida das oscilações do mercado, já que a maior parte da carteira conta com aplicações de renda fixa, que podem ser títulos públicos ou privados; e uma pequena parcela – menos de 5% - em opções de Ibovespa. Opções significam o direito de comprar ou vender determinado ativo no futuro, pelo preço determinado no ato da compra da opção.

O fundo tem como meta render um porcentual da renda fixa mais 40% da variação do Ibovespa, casa haja exercício das opções no período de carência. Significa que: se a bolsa subir o suficiente para o gestor exercer a opção, o investidor ganha o rendimento da renda fixa mais o da bolsa; se a bolsa não subir, o investidor recebe o capital investidor mais a variação da renda fixa.

Os fundos de capital protegido possuem prazos específicos de depósito e resgate. Fora desses períodos, o investidor não consegue aumentar as aplicações.

Os fundos de long short representam uma estratégia do gestor para tentar se proteger de oscilações bruscas do mercado. Nesses fundos, o gestor assume posição contrária em diferentes ativos. No mercado, o termo long significa ficar comprado em uma aplicação, apostando na alta, e o termo short significa ficar vendido, esperando a queda. O gestor assume posição de comprador em ação X e de vendedor em ação Y e espera ganhar com a diferença entre o comportamento dos dois ativos.

Os fundos de Ações contam com o maior número de subcategorias: são 19. As subcategorias dizem respeito ao índice da bolsa no qual os fundos estão ligados ou se investem em determinado setor ou categoria de ações. A Bolsa de Valores de São Paulo possui diferentes índices de ações e define uma carteira teórica para cada um deles.

Entre os fundos que acompanham o principal índice, existem os fundos Ações Ibovespa Indexado, também chamados de passivos, pois o gestor só tem o trabalho de investir nas ações que integram a carteira do Ibovespa; Ações Ibovespa Ativo e Ações Ibovespa Ativo com Alavancagem. Nos dois últimos, o gestor pode comprar ações que não fazem parte do Ibovespa e, se permitir alavancagem, pode realizar operações no mercado de derivativos.

Outro índice que contam com categorias de fundos é o IBX, que contém as 100 ações mais negociadas da bolsa. Assim como os fundos Ibovespa, os fundos Ações IBX podem ser Indexados; Ativos ou Ativos com Alavancagem.

Os fundos setoriais investem em um único setor e são, portanto, bem mais arriscados. Além do risco das oscilações da bolsa, esses fundos estão sujeitos às perspectivas e desempenho do setor em que as empresas estão inseridas. A princípio, a Anbid considerava as subcategorias Ações Setoriais Telecomunicações e Ações Setoriais Energia. Em 2008, a Anbid criou as subcategorias Ações Setoriais Livre e Ações Setoriais Livre com Alavancagem, que integram fundos que investem em empresas de um mesmo setor, mas que ainda não tenham patrimônio suficiente para formar uma nova subcategoria de fundos setoriais.

Existem também os chamados fundos setoriais que investem em uma única empresa, também chamados de fundos mútuos de privatização, já que na época da criação as empresas estavam sendo privatizadas pelo governo. São dois: os Ações Setoriais Privatização Petrobras e Ações Setoriais Privatização Vale. Inicialmente, foram criados fundos para depósitos com uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que estão disponíveis atualmente apenas para resgate. Com o bom desempenho das duas empresas, surgiram fundos que podem ter aplicações a qualquer momento, já que não é mais permitido utilizar recursos do FGTS.

Em 2008, a Anbid também criou outras três subcategorias: Ações Small Caps; Ações Sustentabilidade/Governança e Ações Dividendos. Os fundos de small caps investem ao menos 90% do patrimônio em ações de segunda linha, pouco negociadas, que não estão entre as 25 maiores participações do índice IBrX (que contém as 100 ações mais negociadas do mercado). Os fundos de sustentabilidade investem apenas em empresas com bons níveis de governança corporativa, ou que se destacam em responsabilidade social e sustentabilidade empresarial no longo prazo. Por fim, os fundos de dividendos investem apenas em ações de empresas que fazem boa distribuição de lucro aos acionistas - os dividendos - de forma regular ou que o gestor acredita que têm perspectiva de pagamento no futuro.

Os fundos que não se aplicam nas divisões anteriores integram as subcategorias Ações Livre e Ações Livre com Alavancagem.

As subcategorias de renda fixa, ações ou multimercados também são utilizadas para classificar os fundos fechados, que não admitem entrada de novos investidores, e fundos de previdência. Sempre que o investidor compra um plano de previdência privada, os valores aplicados são investidos em um fundo, de acordo com o perfil do cliente.


segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A diferença no balanço da Vale

Prezados,

Segue matéria do jornal VALOR de hoje apontando a expectiva de alguns analistas quanto aos números a serem divulgados pela VALE no próximo dia 06/agosto.

Os papéis da Vale do Rio Doce podem estar dando vexame na bolsa, mas analistas de grandes bancos como Merrill Lynch, Goldman Sachs e BES Securities estão prevendo lucro recorde para a companhia no segundo trimestre.

A alta de 65% no preço do minério de ferro e de 87% no valor das pelotas de minério, que foram incorporados neste trimestre aos contratos, foram citados pelos analistas como fatores que contribuiriam para elevar bastante a receita de ferrosos, estimada entre US$ 11 bilhões e US$ 12 bilhões no período, a ponto de anular o impacto da queda de 11% do preço do níquel. Os ferrosos representam 45% da receita da Vale.

Mas pode haver surpresas embutidas nos números financeiros, por conta de perdas com contratos de "hedge" em metais como cobre, níquel e alumínio. No primeiro trimestre, a mineradora teve uma perda de US$ 79 milhões decorrente de liquidações de posições, diz o relatório do BES Securities. A expectativa é que também ocorram perdas no segundo trimestre, mas menores, como chama atenção o relatório da Brascan Corretora.

Dos quatro analistas que fizeram projeções para o lucro da Vale, três usaram a contabilidade americana e estimaram lucro entre US$ 4,4 bilhões e US$ 5,2 bilhões para a mineradora, cerca de 20% a 28% acima do resultado do segundo trimestre de 2007, de US$ 4 bilhões, e 140% acima dos US$ 2 bilhões do primeiro trimestre. Já Rodrigo Ferraz, da Brascan, que usou as normas da contabilidade brasileira trabalhou com um ganho líquido de R$ 5,03 bilhões, 14% abaixo do lucro de R$ 5,8 bilhões do mesmo período do ano passado e 124% acima dos R$ 2,2 bilhões do primeiro trimestre deste ano.

Felipe Hyrai, da Merrill Lynch, que projetou um lucro de US$ 5,2 bilhões, a maior estimativa dentre os quatro bancos, avalia que a alta do preço do minério é reforçada pelo crescimento de 6,5% na produção do insumo, que somou 77,5 milhões de toneladas no período, garantindo aumento de receita e, consequentemente, maior ganho para a companhia.

Marcelo Aguiar, do Goldman Sachs, estimou US$ 4,8 bilhões de lucro líquido no trimestre. Além da elevação dos preços e das vendas, ele espera um forte resultado financeiro, propiciado pelo câmbio, dado que boa parte da dívida da mineradora é em dólar. Aguiar destaca ainda que os custos de produção da Vale devem crescer apenas 9% ante o mesmo período de 2007. Este é um foco de preocupação dos investidores da companhia, observa.

Juliana Chu, analista de mineração do BES Securities , que estimou US$ 4,4 bilhões, aposta na alta do minério e atribui o fraco desempenho das ações das mineradoras ao receio de uma recessão na economia global, atingindo inclusive a China. Mas acredita que o fato de as usinas da Ásia terem acatado recentemente um reajuste mais alto do minério da Rio Tinto indica que a demanda pelo produto vai continuar aquecida. Assim, ela acaba de rever a estimativa de alta do minério de 5% para 15% em 2009.

Para Rodrigo Ferraz, da corretora Brascan, porém, o cenário não parece tão otimista. Ele fez uma projeção que considera cautelosa de lucro para a Vale, pois não sabe qual será o impacto das perdas com "hedge". "Não sabemos o tamanho porque não conhecemos os parâmetros dos derivativos, quantos contratos já venceram desde o primeiro trimestre e em que preço se baseia a perda. Mas não creio que a perda seja maior que a do primeiro trimestre", diz.

Na análise de Ferraz, o minério e a pelota subiram, na média, 75%, o que vai ajudar o balanço do segundo trimestre, já que a receita bruta pode bater em R$ 18,2 bilhões, empatando com a do ano passado. A projeção de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações é de R$ 9 bilhões, 11% menor que a de 2007.