terça-feira, 7 de novembro de 2006

Quer ganhar dinheiro??? Simples: aja como um Banco age!

Como ganhar dinheiro imitando seu banco

Os bancos parecem ter uma fórmula mágica quando o assunto é multiplicar dinheiro.

Eles conseguem lucros recordes mesmo em cenários econômicos desfavoráveis ao país. Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Unibanco lucraram, juntos, mais de R$ 11 bilhões em 2004.

Mas será possível aprender algumas lições com os bancos sobre como ganhar dinheiro? Dois especialistas que conhecem de perto o funcionamento das instituições financeiras deram dicas da "filosofia bancária" ao correntista-poupador disposto a extrair o máximo dos seus recursos.

O consultor Nathan Blanche, sócio da consultoria Tendências, lembra, antes de tudo, que o poupador tem sempre R$ 2,00 a serem conquistados: R$ 1,00 é o que se consegue poupar e o outro R$ 1,00 é aquele que se pode ganhar.

O analista Alberto Borges Mathias, outro conhecedor profundo da estrutura dos bancos, chama a atenção para o fato de que as instituições financeiras são extremamente organizadas. Já as pessoas físicas, em geral, são muito desorganizadas.

A organização é um bom ponto de partida. Veja quais são as dicas:

1 - PLANEJE SUAS FINANÇAS - Os bancos sabem planejar com precisão as receitas e despesas que terão no futuro, o que evita surpresas. Segundo Alberto Mathias, as pessoas físicas deveriam aprender a fazer um planejamento financeiro para os 30 ou 60 dias seguintes, equilibrando receitas e despesas previstas para o período. Esse é o trabalho das tesourarias bancárias.

2 - FUJA DO CONSUMISMO E OSTENTAÇÃO - Ao contrário dos seres humanos, os bancos detestam ostentação de riqueza. Os que se renderam a sedes muito suntuosas, como aconteceu recentemente com o Banco Santos, se deram mal. Ao cair na armadilha da vaidade, muitos consumidores compram produtos de preço alto e pagam a prazo. Financiar em reais um produto importado, por exemplo, pode gerar uma grande perda cambial. Os bancos mais ricos do país são simples até na hora de escolher suas "casas". O Bradesco mantém até hoje sua sede em Osasco (Grande São Paulo) e o Itaú está instalado no Jabaquara.

3 - CONSERVE SUA CREDIBILIDADE - A credibilidade é o maior patrimônio dos bancos. É ela que dá confiança aos correntistas e investidores na hora de depositar e aplicar seus recursos. O mesmo deve acontecer com a pessoa física. Seja bom pagador e mantenha seu nome longe de serviços de proteção ao crédito. Dada a evolução dos meios de gestão de risco, as informações sobre o inadimplente são compartilhadas entre várias instituições, complicando ainda mais a situação. Para isso, seja prudente ao administrar suas receitas e despesas.

4 - EVITE EMPRESTAR DINHEIRO - Esse é um ramo no qual geralmente os bancos obtêm ganhos significativos. Mas cuidado: não tente fazer isso em casa. Nathan Blanche afirma que os bancos têm um "saco de maldades" bem mais eficiente, com gestão de risco e mecanismos jurídicos e de cobrança. Além de serem bastante seletivos, estão sempre se precavendo contra eventuais aumentos de inadimplência. Nem tente sair emprestando dinheiro a juros.

5 - NÃO TOME EMPRÉSTIMOS PARA TERCEIROS - Segundo Alberto Mathias, essa é uma das principais causas de ingresso de pessoas físicas nos serviços de proteção ao crédito. Não aceite fazer empréstimo ou financiamento para outra pessoa, principalmente se o nome dela já estiver sujo na praça. Se ela não pagou uma vez, poderá deixar de pagar novamente. Mas desta vez, é o seu nome que ficará sujo

6 - NÃO ACREDITE EM PROMESSAS - Cuidado com os produtos que os bancos oferecem. Segundo Nathan Blanche, os planos de previdência privada estão entre os que precisam ser avaliados com cuidado. Em vários casos, a aplicação em DI pode ser mais vantajosa. "Se o banco oferecer 120% do CDI, desconfie, porque essa aplicação é muito arriscada. Mas se ele garantir metade do CDI, desconfie também. Você pode estar sendo roubado", diz Nathan.

7 - FUJA A TODO CUSTO DOS JUROS - Em vez de fazer um financiamento, guarde dinheiro e compre à vista. Em vez de pagar juros do financiamento, aplique o dinheiro guardado. Seu ganho será dobrado, se considerar o que deixou de pagar de juros e os juros que ganhou com a aplicação.

8 - SEJA CREDOR DO GOVERNO - Está enganado quem pensa que o governo é um mau pagador. O governo paga seus compromissos em dia e ainda paga altas taxas de juros a seus credores. Os bancos são os maiores credores do governo. Portanto, coloque algum dinheiro em títulos públicos, por meio de uma corretora ou pelo "Tesouro Direto". Há mais de uma modalidade, mas você pode adquirir, por exemplo, papéis que pagam toda a inflação, mais o rendimento da taxa Selic (hoje de 19,75% ao ano). Se tiver uma quantia elevada para investir, contrate um gestor e peça para diversificar os investimentos, aplicando também em títulos privados.

9 - NÃO COMPRE DÓLAR - Não é de hoje que os bancos estão "vendidos" em dólar, o que no jargão de mercado quer dizer que estão apostando na queda da moeda americana. Não é para menos: a aplicação em DI, uma das mais conservadoras, ganha fácil do dólar nos últimos anos. As contas públicas vão bem e não há riscos de curto prazo que levem à depreciação do real. As chances de o dólar disparar no curto e médio prazo são muito pequenas.

10 - SÓ COMPRE AÇÕES COM DINHEIRO QUE ESTIVER SOBRANDO - Se você tem um compromisso certo, jamais entre em renda variável. Ação é investimento em renda variável, sujeito a riscos imprevisíveis. Portanto, não se deve aplicar em ações os recursos que já têm destino certo, como o pagamento de prestações do seu carro ou do seu imóvel. Os bancos em geral são conservadores, mas separam sempre uma determinada quantia que poderá ser aplicada em investimentos de maior risco.

11 - AO COMPRAR AÇÕES, BUSQUE OS DIVIDENDOS - Não se deixe iludir apenas pelo desempenho recente de uma ação na bolsa de valores. Às vezes, a ação que dispara hoje é a que despenca amanhã. Mais vale uma ação com comportamento mais regular, mas que historicamente pague dividendos bons e regularmente. Com isso, o investidor pode ter ganhos duplos, contando com as variações da ação na bolsa e o pagamento dos dividendos.

Fonte: Paula Dias - Globo Online

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