quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Milton Friedman, o economista norte-americano defensor do livre mercado e ganhador do Prêmio Nobel de 1976, morreu aos 94 anos, informou nesta quinta-feira (16) um membro da família. Ele recebeu o prêmio por sua contribuição nos campos de análise de consumo, história e teoria monetária. Os estudos de Friedman mostram a complexidade de políticas de estabilização da economia e põem em primeiro plano o controle da inflação como instrumento de crescimento.

O economista faz parte de um grupo de estudiosos liberais, representado especialmente pela Escola de Chicago, que ganhou força com o declínio do modelo fordista de produção dos EUA (que previa tanto produção quanto consumo em massa, para o maior número de pessoas possível, como forma de manter crescimento econômico ininterrupto). A maior contribuição de Friedman para a economia moderna, que pode ser notada em políticas públicas de vários países até hoje, foi o papel da circulação de dinheiro no controle da inflação.


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Dinheiro

O slogan "só o dinheiro importa" mudou políticas econômicas em todo o mundo. Mesmo no Brasil, o controle do dinheiro em circulação se tornou, a partir dos anos 90, um dos fatores de controle da inflação. Em 1976, quando Milton Friedman foi escolhido para receber o Nobel, a Academia Real de Ciências da Suécia afirmou que "é muito raro um economista transformar pesquisas científicas em projetos de tamanha influênica, direta ou indireta, em políticas reais".


Friedman também desenvolveu o sistema de metas de inflação, em que a expectativa do índice ajuda a determinar a taxa propriamente dita. Para o economista, se o desemprego estiver abaixo de um certo nível considerado ideal, naturalmente haverá expectativas de crescimento de renda e, consequentemente, de preços. Muitos dos sistemas de controle da inflação são baseados no sistema de expectativa criado pelo economista norte-americano. Portanto, o equilíbrio é necessário.


Câmbio e educação
Ainda nos anos 50, Milton Friedman foi pioneiro em recomendar a reorganização do sistema monetário, pregando um sistema de câmbio flutuante em todo o mundo. Eventualmente, sua teoria foi aceita na prática. O sistema tradicional, adotado após a Segunda Guerra Mundial, em que a taxas de câmbio eram fixadas por reservas em ouro, foi mantido até o início dos anos 70, época de crise econômica nos Estados Unidos e na Europa.


Em 1971, quando as nações não conseguiam mais manter as reservas, o sistema de câmbio flutuante foi adotado.


Embora faça parte de um grupo de estudiosos que defende participação mínima do Estado na economia, Friedman fazia uma exceção em relação à educação. Segundo ele, era papel do governo dar o mínimo de educação a seus habitantes. Essa política pública, em sua visão, ajudaria no crescimento da economia do país.

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