Prezados,
muitos olham para as ações somente em função do seu ganho de capital, isto é, a valorização obtida por meio do crescimento de suas cotações mas se esquecem dos ganhos obtidos pelos dividendos pagos, ou seja, o "dividend yield".
Pois bem, o investidor em ações está com o bolso mais cheio este ano graças aos dividendos ou juros sobre capital próprio - parcela dos lucros distribuída pelas empresas. Além dos ganhos bem mais gordos - os lucros cresceram em média 26,9% em 2007 e mais 12,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme estudo do Valor Data - muitas empresas estão mais líquidas, faturando alto e puderam antecipar o pagamento neste início de ano. Com isso, até abril, foram pagos R$ 12,371 bilhões, 70% a mais do que os R$ 7,245 bilhões do mesmo período de 2007, segundo dados da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).
Se retirarmos desse totalPetrobras e Vale , que sozinhas responderam por R$ 4,6 bilhões do que foi pago de parte do lucro até abril deste ano, mesmo assim o crescimento é relevante: R$ 7,7 bilhões, para R$ 4,2 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, um crescimento de 72%, segundo a CBLC.
É interessante notar o crescimento do número de empresas repartindo parte dos lucros. Até abril, 248 haviam distribuído algum dinheiro aos acionistas, para 196 no mesmo período de 2007. O crescimento pode ser atribuído à estratégia de mostrar números bons para o investidor em um momento em que a bolsa ia mal das pernas e muitos papéis perdiam até 50% de seu valor por conta da crise das hipotecas americanas. E como muitos acionistas são investidores estrangeiros, curtos de caixa por conta da crise, pagar logo os dividendos passa a ser um atrativo a mais. Parte desse dinheiro já deve inclusive ter deixado o país, como mostram os números de remessas ao exterior. Houve ainda casos específicos, como as empresas de telefonia que estão se reestruturando e onde, segundo analistas, é interessante para os atuais acionistas receberem o máximo de dividendos antes de sair.
Outro ponto importante é a contribuição das novatas para os dividendos. Até abril, as empresas que abriram capital ou entraram no mercado para valer - caso, por exemplo, deTAM e SulAmérica , que tinham ações em bolsa, mas fizeram ofertas recentemente para possibilitar uma liquidez mínima - de 2004 para cá contribuíram com R$ 1,028 bilhão em lucros para o bolso do investidor. Sozinha, Cosan respondeu por R$ 342 milhões, seguida de Redecard , com R$ 67 milhões.
Nesses valores, há tanto lucros obtidos neste ano quanto no ano passado, uma vez que algumas, companhias, como os bancos, pagam mensalmente os dividendos. Outros esperam fechar o balanço anual para pagar, caso de Petrobras, mas antecipam uma parte por meio de juros sobre o capital. A boa notícia é que o crescimento dos lucros continua este ano, como apontam as projeções de ganhos feitas pelos analistas de bancos e corretoras
O aumento dos dividendos foi decorrência de uma série de mudanças para melhor nas empresas. Entre essas melhorias está a maior capacidade de distribuir lucros graças ao aumento dos ganhos, avanço das políticas de governança corporativa e o aumento do "pay-out", a parcela do lucro reservada para distribuição. A maioria das empresas brasileiras já paga mais de 30% do lucro aos acionistas, mais que os 25% exigidos por lei.
Apesar do crescimento dos dividendos pagos, porém, o retorno do acionista levando em conta o preço da ação - o chamado "dividendo yield" - caiu neste ano. Mas foi muito mais em função da alta dos preços das ações. Hoje, os principais papéis da bolsa brasileira, levando-se em conta o Índice Bovespa, projetam um retorno de 2,6% este ano em dividendos sobre o preço das ações no início de maio. É um percentual aparentemente baixo em relação aos juros, de 11,75%, mas está acima da média dos emergentes, de 2,3%, e de muitos mercados, como Rússia, Coréia, Índia e China. Mas essa é uma média, há empresas que pagam bem mais que isso.
O "dividend yield" médio do mercado brasileiro projetado para este ano deve recuar da média histórica de 4,5% para a casa dos 2%, estima o chefe de análise daFator Corretora . A alta dos preços das ações, explica, acaba reduzindo o retorno proporcional em dividendos. Ele lembra que muitas empresas estão ampliando seus investimentos, o que pode fazer com que o crescimento dos dividendos não acompanhe o dos lucros. Vale e Petrobras estão com programas de investimento muito ambiciosos para os próximos anos e talvez os dividendos não cresçam tanto.
muitos olham para as ações somente em função do seu ganho de capital, isto é, a valorização obtida por meio do crescimento de suas cotações mas se esquecem dos ganhos obtidos pelos dividendos pagos, ou seja, o "dividend yield".
Pois bem, o investidor em ações está com o bolso mais cheio este ano graças aos dividendos ou juros sobre capital próprio - parcela dos lucros distribuída pelas empresas. Além dos ganhos bem mais gordos - os lucros cresceram em média 26,9% em 2007 e mais 12,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme estudo do Valor Data - muitas empresas estão mais líquidas, faturando alto e puderam antecipar o pagamento neste início de ano. Com isso, até abril, foram pagos R$ 12,371 bilhões, 70% a mais do que os R$ 7,245 bilhões do mesmo período de 2007, segundo dados da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).
Se retirarmos desse total
É interessante notar o crescimento do número de empresas repartindo parte dos lucros. Até abril, 248 haviam distribuído algum dinheiro aos acionistas, para 196 no mesmo período de 2007. O crescimento pode ser atribuído à estratégia de mostrar números bons para o investidor em um momento em que a bolsa ia mal das pernas e muitos papéis perdiam até 50% de seu valor por conta da crise das hipotecas americanas. E como muitos acionistas são investidores estrangeiros, curtos de caixa por conta da crise, pagar logo os dividendos passa a ser um atrativo a mais. Parte desse dinheiro já deve inclusive ter deixado o país, como mostram os números de remessas ao exterior. Houve ainda casos específicos, como as empresas de telefonia que estão se reestruturando e onde, segundo analistas, é interessante para os atuais acionistas receberem o máximo de dividendos antes de sair.
Outro ponto importante é a contribuição das novatas para os dividendos. Até abril, as empresas que abriram capital ou entraram no mercado para valer - caso, por exemplo, de
Nesses valores, há tanto lucros obtidos neste ano quanto no ano passado, uma vez que algumas, companhias, como os bancos, pagam mensalmente os dividendos. Outros esperam fechar o balanço anual para pagar, caso de Petrobras, mas antecipam uma parte por meio de juros sobre o capital. A boa notícia é que o crescimento dos lucros continua este ano, como apontam as projeções de ganhos feitas pelos analistas de bancos e corretoras
O aumento dos dividendos foi decorrência de uma série de mudanças para melhor nas empresas. Entre essas melhorias está a maior capacidade de distribuir lucros graças ao aumento dos ganhos, avanço das políticas de governança corporativa e o aumento do "pay-out", a parcela do lucro reservada para distribuição. A maioria das empresas brasileiras já paga mais de 30% do lucro aos acionistas, mais que os 25% exigidos por lei.
Apesar do crescimento dos dividendos pagos, porém, o retorno do acionista levando em conta o preço da ação - o chamado "dividendo yield" - caiu neste ano. Mas foi muito mais em função da alta dos preços das ações. Hoje, os principais papéis da bolsa brasileira, levando-se em conta o Índice Bovespa, projetam um retorno de 2,6% este ano em dividendos sobre o preço das ações no início de maio. É um percentual aparentemente baixo em relação aos juros, de 11,75%, mas está acima da média dos emergentes, de 2,3%, e de muitos mercados, como Rússia, Coréia, Índia e China. Mas essa é uma média, há empresas que pagam bem mais que isso.
O "dividend yield" médio do mercado brasileiro projetado para este ano deve recuar da média histórica de 4,5% para a casa dos 2%, estima o chefe de análise da
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