quarta-feira, 7 de maio de 2008

Bovespa: quais os novos rumos?

Prezados,

O grau de investimento, conferido pela
Standard & Poor's há uma semana, significou um rali de quatro pregões para a bolsa de ações brasileira, com alta de 10% do Ibovespa desde o dia 29 e recordes sucessivos de pontuação.

Depois da corrida às compras sem que os investidores fizessem muita conta, ontem foi dia de botar a viola no saco, acalmar os ânimos e reavaliar quais as oportunidades que a nova classificação trará num intervalo menos perene.

O índice, que chegou a cair 0,84%, fechou o dia praticamente estável, com elevação de 0,03% e 70.196 pontos. O giro alcançou R$ 6,963 bilhões.

Na recente rodada de valorizações, alguns setores se destacaram.
As bolsas de valores, representadas pelas ações da Bovespa Holding e da BM&F, ficaram na dianteira, com alta de 25,92% ambas, de 29 de abril, data da promoção, até segunda, reduzindo os ganhos a 21,56% ontem.

Os papéis do ramo imobiliário avançaram 16,67% na média; saúde ganhou 14,95%, enquanto os bancos tiveram os preços ampliados em 10,51%.

É certo que o dinheiro novo, proveniente de fundos de pensão e fundações estrangeiros que não podem investir em mercados considerados especulativos, não vai chegar da noite par a o dia. Mesmo porque ainda é necessário que uma outra agência de classificação de risco de crédito avalize a nova nota brasileira em moeda estrangeira.

No curto prazo, a ação da S&P causou empolgação porque a expectativa era de que o "investment grade" viesse no fim do ano ou no início de 2009.

Descontada a reação instantânea, no médio prazo, o selo beneficia a bolsa como um todo e, especificamente, os setores mais alavancados, que passam a ter acesso a recursos mais baratos, os bancos, por exemplo, que estavam um pouco esquecidos agora podem encontrar condições mais atrativas de captação, estimular o crédito e impulsionar outros setores como o de construção civil e mesmo o de bens de consumo.

Até aqui, todo o capital externo que entrou na Bovespa e patrocinou a escalada das ações é considerado de curto prazo. Em abril, os estrangeiros compraram R$ 6,007 bilhões em ações a mais do que venderam, confirmando o recorde mensal ensaiado desde as duas primeiras semanas do mês.

De qualquer modo, é inegável que o "investment grade" era o ingrediente que faltava para o Brasil se consolidar como um centro de liquidez de relevância entre os BRICs, sigla para Brasil, Rússia, Índia e China.

Qual a perspectiva então?
Com a possível redução do risco brasileiro, minha a expectativa é de que o Ibovespa alcance os 85 mil pontos até dezembro, salvo alguma catástrofe internacional.

No pregão de ontem, dia 06/05/08, terça-feira, as ações de maior peso no índice é que seguraram as pontas da realização de lucros mais pronunciada observada em papéis da segunda linha.

A liquidez voltou a se deslocar para as commodities. As ordinárias (ON, com voto) da Telemar é que lideraram, entretanto, os ganhos do Ibovespa (+6,05%), seguidas pelas preferenciais (PNB, sem voto) da Aracruz (+3,49%) e CSN ON (+2,92%).

Entre as dez maiores altas ainda estiveram
Petrobras ON (+2,82%), Usiminas ON e PNA (+2,66% cada uma), Petrobras PN (+2,62%) e VCP PN (+2,35%).

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