terça-feira, 27 de maio de 2008

MELHORA DO CENÁRIO REANIMA AS IPO´S....

Prezados,

Depois de um começo de ano de escassez de novas ofertas públicas, algumas companhias começam a se mexer e, segundo cálculos de determinados bancos de investimentos, cerca de US$ 5 bilhões - ou R$ 8 bilhões - em ações podem vir ao mercado até julho.

O Grupo Rede, do setor elétrico, pediu ontem o registro de sua oferta e nos próximos dias a Infinity Bio-Energy, produtora de etanol, deve fazer o mesmo. As duas se classificam praticamente como ofertas públicas iniciais, embora não o sejam no sentido puro.

O Grupo Rede já tem ações na bolsa, mas com liquidez baixíssima. Agora vai vender "units", certificados de ações que reunirão uma ordinária e quatro preferenciais. Já a Infinity é negociada em Londres, no Mercado de Investimentos Alternativos (AIM), para empresas emergentes, e pela primeira vez lançará seus papéis por aqui, sob coordenação do Morgan Stanley.

Cada uma delas deve vir a mercado com operações próximas a US$ 500 milhões, segundo estimativas atuais.

A IPO MAIS ESPERADA: OGX
A maior - e mais aguardada - transação a sair ainda antes das férias de verão do hemisfério norte é a da OGX, petrolífera do empresário Eike Batista.

A oferta deve totalizar algo como US$ 3,5 bilhões, uma das maiores do mercado local.

A SLC Agrícola, grupo que reúne oito fazendas produtoras de algodão, café, milho e soja, e se tornou uma das ofertas mais bem-sucedidas, das poucas que resistiram à crise deste ano, planeja voltar a captar proximamente. Espera-se uma operação de cerca de US$ 250 milhões, coordenada pelos bancos Credit Suisse e JP Morgan. Na semana passada, a Tivit, empresa de tecnologia da informação (TI) do grupo Votorantim retomou seu processo de abertura de capital, que, assim como tantas outras empresas que estavam na fila da CVM, havia sido paralisado em função da crise de liquidez internacional neste início de 2008.

A retomada pra valer deve ficar para o segundo semestre, na avaliação de banqueiros de investimento. Ainda não é caso para euforia e os executivos de bancos são unânimes em dizer que não se chegará nem perto do que foi 2007 - com 76 ofertas, entre iniciais e não, que levantaram R$ 70 bilhões. Em 2008, até agora foram feitas apenas nove ofertas de ações, sendo três emissões iniciais, num total captado de apenas R$ 7,2 bilhões.

Segundo estimativas de mercado há cerca de sete a oito empresas com planos de acessar o mercado até julho e se acredita que apenas metade delas deve ser bem-sucedida. A seletividade dos investidores também não vai desaparecer. A demanda é por ofertas médias e grandes, que confiram mais liquidez às ações.

O que está levando os bancos de investimento a recomendar que seus clientes retomem os planos de lançamento de ações são basicamente dois fatores: a maior estabilidade do mercado acionário americano, que atingiu seu poço em março, e o grau de investimentos do país, que provocou uma rápida valorização de várias ações por aqui.

Segundo Daniel Darahem, chefe do banco de investimentos do JP Morgan no país e chefe de mercado de capitais para América Latina, três setores devem ser as vedetes de estréias na bolsa no segundo semestre: petróleo, mineração e infra-estrutura (portos, rodovias construtoras de obras públicas). "Esses setores estão muito demandados pelos investidores", diz ele. Outros, como o imobiliário residencial e de bancos médios e pequenos, estão saturados, avalia. "No imobiliário residencial acho que só há espaço para que empresas que já foram bem-sucedidas voltem à bolsa."

Darahem estima que no segmento de petróleo deve haver emissões entre US$ 5 bilhões e US$ 7 bilhões - incluindo OGX. A expectativa é de formação de um novo setor na bolsa, com a chegada de petrolíferas como a OGX e também de prestadoras de serviços do setor, como perfuradoras de poços e empresas de manutenção de plataformas, tudo isso impulsionado pelas expectativas geradas pelas recentes descobertas de reservas pela Petrobras.

A Norse Energy, subsidiária local da norueguesa Norse, por exemplo, já havia pedido registro de sua oferta e suspendeu os planos temporariamente.

Com relação à OGX há comentários no mercado financeiro a respeito do valor que se pretende atribuir à empresa, considerado salgado por alguns analistas. Seria algo na casa de US$ 15 bilhões. Desavenças a respeito da cifra teriam sido o motivo para que o banco Merrill Lynch deixasse o "pool" de bancos que fará a coordenação da operação.

No setor de mineração, alguns projetos que requerem bilhões em investimentos para se viabilizar também devem tentar sua sorte. Entre elas, possivelmente, a mineradora Mhag.

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