quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Perspectiva para 2007

Perspectivas 2007 da ÁGORA

Os ganhos acumulados durante o primeiro mandato do Governo Lula são extraordinários e não significam o fim da boa expectativa que temos para o mercado acionário em 2007. A seguir, descrevemos as variáveis que nos fazem prever ganhos na renda variável superiores aos previstos para a renda fixa.

Continuidade dos crescimentos de lucros e fluxo de caixa.
Apesar da forte base de crescimento observada nos últimos anos, projetamos novo round de incremento nos lucros e fluxos de caixa das empresas em 2007 sobre 2006. Para o conjunto de empresas que representam 94% da composição do Ibovespa, projetamos os seguintes incrementos: Lucro Líquido (+16%), Geração de Caixa Livre (+12%) e Ebitda (+22%). Nestes quesitos somos tão ou mais competitivos do que nossos pares emergentes;

Indicadores Atrativos.
Como conseqüência e por conta da possível “entrega” de crescimento, nossos múliplos ainda se apresentam com bom desconto contra nossos concorrentes na rota dos fluxos de capitais estrangeiros. Em termos da relação preço/lucro, somos negociados atualmente com um desconto de quase 30% e não serão pelos quesitos de liquidez e governança corporativa que merecemos este desconto. Nos dividendos, a melhor notícia. Nossas empresas serão capazes de gerar ganhos correntes de 5% em 2007, praticamente o dobro da média dentre os países emergentes;

Diferencial contra o PIB.
Pouco interessa se o PIB real vai crescer 3% ou 3,5% em 2007. Teremos diversos setores com liquidez em bolsa com desempenhos operacionais bem superiores à evolução do PIB. A composição do Ibovespa e do IBX-50 não é uma proxy do PIB;

Queda do custo de oportunidade.

Mesmo os investidores mais conservadores deveriam concordar com a tese de que o custo de carregamento do dinheiro no tempo ficou mais favorável ao investimento em ações. Provavelmente teremos em 2007 o maior período de tempo em que os juros reais apresentarão a menor taxa desde a criação da Taxa Selic em 1994. Um simples cálculo também referenda uma maior exposição em ações: um fundo de investimento em renda fixa pode vir a ter uma rentabilidade líquida praticamente igual a um papel bom pagador de dividendos. E se for aproveitado o benefício fiscal através de um clube de investimento, melhor ainda. Isto sem falar do ganho de capital;

Cenário Externo e Fluxo de Recursos.
O grande vencedor e impulsionador da bolsa brasileira é o investidor qualificado estrangeiro. Associo uma probabilidade de pelo menos 70% para a ocorrência de um cenário benigno em 2007, caracterizado pelo pouso suave da economia americana e a manutenção dos Fed Funds em um patamar histórico baixo, sendo possível fechar o ano a menos de 5% ao ano. Portanto,
prevemos novos fluxos de entrada de recursos que busquem oportunidades na atrativa renda variável brasileira;

Valuation.
Neste momento o jogo está a nosso favor, a saber: queda do risco país, selic e da tjlp. A solvência financeira de nossas empresas é excepcional. Os modelos de fluxo de caixa descontado contemplam valores econômicos bem superiores aos valores correntes de mercado das empresas. E não somos levianos de incorporar neste momento os efeitos ainda não precificados do investment grade, mais provável de ocorrer entre 2008 e 2009.

Novos entrantes.

A queda no custo de equity, o sucesso dos lançamentos precursores e a demanda dos estrangeiros deve provocar a onda mais forte das aberturas de capital e a possibilidade louvável de um leque de oportunidades associada à entrada de novas empresas e setores na Bovespa. E lembrem-se que isto ocorrerá com o irreversível selo de qualidade do Novo Mercado com a inclusão de belas regras de governança corporativa.

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