sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Outra IPO a caminho: LocaWeb

A Locaweb prepara-se para abrir seu capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A empresa, especializada em serviços de hospedagem e desenvolvimento de sites, já mudou sua estrutura societária e em breve deverá entrar com pedido de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A estréia no Novo Mercado da bolsa deverá ocorrer nos próximos meses.

Com a reorganização, a Locaweb Ltda passará a ser chamar Locaweb Serviços de Internet S.A. O capital social da empresa, no valor total de R$ 6,5 milhões, foi convertido em 6,5 milhões de ações ordinárias, divididas entre os sócios na mesma proporção da composição anterior.

A Locaweb está entre as empresas brasileiras de internet que conseguiram sobreviver aos maus tempos de 2001, quando a explosão da bolha varreu do mapa boa parte dos projetos que buscavam riquezas na "nova economia".

O início de suas operações remontam a agosto de 1997, quando os primos Claudio Gora e Gilberto Mautner, então com 25 anos e 27 anos de idade, respectivamente, decidiram comprar um servidor - máquina que gerencia os computadores - hospedado em um data center na Califórnia (EUA), para lançar o Intermoda, site que promoveria o comércio entre empresas do setor têxtil. Bastaram quatro meses para os sócios perceberem que o negócio não iria para frente, mas como o investimento estava feito, o jeito foi alugar o servidor para outras empresas. O que de início ajudou a pagar os custos de manutenção terminou por se transformar no novo empreendimento da dupla. No início de 1998, Gora e Mautner fundaram a Locaweb, especializada em oferecer hospedagem para empresas que queriam entrar na internet.

Nos primeiros anos de operação, os negócios da companhia giraram, basicamente, em torno de pequenas empresas. Nos últimos cinco anos, porém, o perfil começou a mudar. Em janeiro de 2002, os serviços de data center da empresa foram concentrados na Locaweb iDC, que dois anos depois se tornou uma empresa independente. Em 2005, foi lançada a Locaweb Telecom, voltada para serviços e tecnologias de comunicação de dados e voz. As duas divisões ajudaram a impulsionar os números da companhia. Em 2006, segundo dados divulgados pela própria empresa em seu site, seu faturamento atingiu R$ 53 milhões, alta de 43% em relação ao ano anterior. A taxa de crescimento se mantém na casa dos 40% neste ano. No primeiro semestre, a empresa que nasceu "em etilo garagem" faturou R$ 34 milhões. Atualmente conta com cerca de 400 funcionários e é responsável pela administração de sites de 80 mil clientes.

A entrada da Locaweb na bolsa reforça o time das companhias de tecnologia e internet que nos últimos anos decidiram partir para a abertura de capital com o propósito de ampliar suas operações, uma lista que inclui nomes como B2W (Submarino e Americanas), Bematech, Datasul, Positivo Informática, Totvs e UOL.

No último mês, foi a vez da Tivit registrar seu pedido de oferta pública de ações. A empresa, controlada pela Votorantim Novos Negócios, é resultado de uma série de aquisições, entre elas a da OptiGlobe, que oferecia hospedagem e gestão de sites similares aos serviços da Locaweb.

Para atrair o pequeno e médio investidor, a Locaweb aposta na oferta de serviços como a "hospedagem expressa". A partir de R$ 18 anuais, já é possível colocar no ar um site básico. A estratégia, porém, é oferecer serviços adicionais, como a criação de um ambiente de comércio eletrônico, que pode custar R$ 60 por mês, ou mesmo a hospedagem dos dados em um banco de dados da Oracle, a partir de R$ 280 mensais. Se quiser, o usuário também pode por na cesta o serviço de PABX Virtual, que substitui tradicionais ramais telefônicos por ligações feitas via internet, a chamada voz sobre IP.

Todo mês, a busca pelo território digital tem levado cerca de 2 mil novos clientes para a carteira da Locaweb, segundo informações da empresa. Com injeção de recursos, a companhia deve endurecer a competição com empresas especializadas em hospedagem e gestão, como a paulista Plug In e a carioca Alog, empresa controlada por investidores do grupo Stratus, que em julho se fundiu com a comDominio, com projeção de faturar R$ 50 milhões neste ano.

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