sábado, 9 de dezembro de 2006

Debêntures BNDESPar II: Info Adicionais

Para quem pensa em medio a longo prazo, é uma alternativa que começa cada vez mais a ficar atrativa.....


Os interessados em investir nas debêntures da BNDESPar, empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conseguiram algumas vantagens adicionais. Além da isenção da taxa de corretagem na compra dos papéis em muitas corretoras - só haverá cobrança quando o investidor vender o papel -, quem comprar a debênture pagará menos para guardá-la na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).

Outra boa notícia para os investidores é que o Bradesco e o Banco do Brasil oferecerão diariamente preços de compra e venda para as debêntures, permitindo ao investidor se desfazer do papel antes do vencimento. Eles farão o papel de formadores de mercado para os títulos.

O acordo dá uma vantagem às debêntures do BNDES em relação aos papéis do Tesouro Direto, sistema de negociação de títulos federais via internet para o varejo. No Tesouro Direto, há normalmente cobrança de corretagem anual, que pode chegar a 4% em algumas corretoras, e também há taxa de custódia, de 0,40% ao ano.


Esta é a maior operação de venda de debêntures para a pessoa física realizada até agora. O vencimento do papel acontece em 15 de janeiro de 2012. O prazo de reserva vai até o dia 12 de dezembro. Os investidores de varejo poderão aplicar entre R$ 1 mil e R$ 500 mil. Serão oferecidas 500 mil debêntures simples, numa operação de R$ 500 milhões. Desse total, 30%, ou R$ 150 milhões, vão para investidores de varejo.


Além das taxas, porém, o investidor terá de ficar atento à rentabilidade que o papel pagará e que dependerá do preço que a debênture vai alcançar no leilão. Se houver um desconto alto, o investidor ganhará mais. Isso porque ele receberá 6% ao ano de juros mais o IPCA sobre R$ 100,00. Se houver um desconto de 10%, por exemplo, o retorno será maior pois o investidor terá comprado o papel por R$ 90,00.
O deságio é necessário para que a debênture pague uma taxa próxima à que o investidor conseguiria no Tesouro Direto ao comprar uma NTN-B, que segue o mesmo indicador e pagava ontem 8,5% ao ano mais IPCA.


Vale lembrar que o investidor pessoa física não participará do processo de formação de preço das debêntures. O desconto que o papel será calculado com base na intenção de compra dos investidores institucionais - fundos de pensão, seguradoras e fundos de investimento. Isso quer dizer que os valores indicados nos pedidos de reserva no varejo não serão computados para a fixação do preço. O que se espera, no entanto, é que os institucionais puxem esse deságio para cima para terem um papel com retorno interessante.


O desconto tem de ser maior que 10% para a debênture valer a pena frente ao papel do Tesouro Direto, diz José Pio Martins, economista e autor do livro "Educação financeira ao alcance de todos". Ele lembra ainda a questão da liquidez das debêntures, muito menor que a dos títulos do Tesouro Direto, que são recomprados semanalmente. Mas, na opinião do economista, os papéis se mostram uma opção interessante de investimento já que protegem o patrimônio contra a inflação e dão a chance de a pessoa física investir no BNDES. "É uma oportunidade de o investidor obter uma boa rentabilidade até 2012 e, houver algum problema inflacionário, o patrimônio estará protegido", diz.


Em termos de risco de crédito, não há praticamente diferença entre os papéis do governo e do BNDES, avalia o administrador de investimentos Fabio Colombo. O executivo chama a atenção, no entanto, para o fato de que o Bradesco e o Banco do Brasil oferecerão diariamente preços de compra e venda. Na visão dele, o investidor interessado em comprar o papel não deve aplicar mais do que 10% dos recursos aplicados em juros.

Conforme a procura dos investidores pelas debêntures, a oferta total poderá ser aumentada em até 20%, ou R$ 100 milhões. Caso a demanda no varejo supere a oferta, cada aplicador terá garantidas até 15 debêntures. Acima disso, o rateio será proporcional. A emissão é de debêntures simples, ou seja, no vencimento o papel será resgatado, e não convertido em ações.

É sempre bom lembrar que, apesar de o BNDES ser uma empresa pública, o governo federal não tem obrigação de honrar os compromissos do banco, que está sujeito a eventuais problemas de liquidez, como alerta o edital. Apesar de analistas acharem baixa a chance de o governo permitir um calote numa operação desse tipo.


Fonte: Jornal Valor de 08/12/06.

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