sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A OFERTA DO ANO: SANTANDER...

PessoALL,

Particularmente, acredito que devido a forte atratividade da oferta, e salvo que o mercado até 05 de outubro (prazo final para se candidatar a participar) não fica muito pessimista, a IPO (Oferta Pública) do Santander possui condições de trazer alegria aos que se aventurarem a comprar suas units.


Pelo que ouço no mercado, há muitos otimistas com o Santander Brasil. Não só com o desempenho dos papéis que começam a circular na Bovespa no dia 7 de outubro, mas também com os projetos do banco espanhol no país. Embora a instituição não seja apontada como a melhor do setor, os analistas veem na oferta de units (união de ações ordinárias e preferenciais em um único papel) uma oportunidade para a compra dos papéis com desconto - obtendo lucros no longo prazo.

 

A destinação de 70% dos recursos levantados com a oferta para a ampliação da rede de atendimento e concessão de crédito expõe a magnitude dos planos da instituição para o Brasil. A expectativa é de que a operação renda até 15 bilhões de reais ao Santander Brasil, podendo ser a maior oferta de ações já realizada na Bovespa. Caso a cifra se confirme, resultará em um investimento de mais de 10 bilhões de reais. 

 

Minhas apostas estão calcadas no fato de que pelo fato de ser uma instituição com um nome muito forte lá fora e bem estruturada, é provável que desperte fortemente o interesse dos estrangeiros, associado a isso o seu grande potencial de ampliação do crédito no país, diante de um cenário de queda de juros e aumento de renda e emprego, o que também chama a atenção dos investidores de outros países. O Brasil ainda é um país com baixo volume de empréstimos, totalizando 45% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto em países da Europa e nos Estados Unidos esse percentual ultrapassa 100%. 


Além disso, entendo que  o desempenho da instituição deve melhorar à medida que forem sendo incorporados os ganhos de sinergia e eficiência resultantes da compra do Banco Real. O grande desafio, ainda reside no aumento da rentabilidade, já que o retorno do banco está aquém do apresentado pelos concorrentes.

 

A oferta de units tem corpo para colocar os papéis do Santander entre os mais negociados da Bovespa. O banco espanhol já tem ações na bolsa, mas sua liquidez é baixa. 

 

Os grandes do setor bancário

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Banco

Valor de mercado (R$ bilhões)

Patrimônio Líquido (R$ bilhões)

Lucro Líquido (R$ bilhões)

Rentabilidade Anualizada (%)

Índice de Basiléia (%)

Bradesco

96,3

37,3

4,0

22,27

17,00

Banco do Brasil

78,5

32,4

4,0

24,96

15,30

Itaú Unibanco

142,5

47,3

4,6

18,99

16,50

Santander Brasil

78,2

49,4

1,0

9,88

16,99

 

 

 

 

 

 

* Dados do último balanço divulgado

 

 

 

Fontes: Economática e consultoria Lopes Filho

 

 

 

Características da Oferta

Os investidores têm até o dia 5 de outubro para solicitar a sua corretora a compra de units do Santander. As reservas podem ser feitas com o valor mínimo de 3.000 reais e máximo de 300.000 reais. A expectativa dos coordenadores da operação é de que o preço dos papéis seja fixado entre 22 reais e 25 reais, mas o valor só será conhecido no dia 6 de outubro.

Serão ofertadas 525.000.000 units, cada uma formada por 55 ações ordinárias e 50 ações preferenciais. Havendo demanda, poderão ser colocados mais dois lotes, um suplementar e um adicional, somando mais 100.000.000 units. Os investidores de varejo ficarão com até 20% da oferta, sendo que funcionários e clientes do Santander Brasil terão prioridade na compra.

O aumento de capital decorrente da oferta de units deverá ser aprovado pelo Banco Central, mas não há um prazo para que isso aconteça. Após a homologação, as units serão convertidas em ações do banco.

 


2 comentários:

Renato disse...

Comparando os valores de mercado, penso que o valor do Santander está muito valorizado. Segundo os cálculos de valor de mercado está igual ao do Banco do Brasil e sem a mesma penetração em nosso país. Creio que precisa tomar cuidado com esta oferta pública. Quem se lembra do IPO da JBS Friboi que todo mundo dizia que seria um ótimo negócio mas que na estréia foi uma decepção, justamente pelo fato do valor de mercado (na época) estar acima da Sadia e Perdigão.

BUSSOLA DE FINANCAS disse...

Renato,
Agradeço seu comentário.
Penso que o momento da captação conta muito.
Em julho o mercado não vivia a euforia de agora.
Ao meu ver, IPO é TIMING + PERCEPÇÃO DO MERCADO QTO AO NEGÓCIO + COMPARATIVO ENTRE OS PARES.
Nesta equação, só a última variável está com viés não tão atrativo, reconheço, mas as demais penso que sobrepõe.
Gde Abs