segunda-feira, 2 de março de 2009

What goes around, comes around....< Tudo que vai, volta >

Prezados,


Da série “recordar é viver”...

O início do século XXI foi marcado por abundante liquidez nos países desenvolvidos.

Não por acaso as baixas taxas de juros nos Estados Unidos, em particular, impulsionaram o crescimento do mercado imobiliário daquele país. Os preços das casas subiam, a percepção de riqueza aumentava, e, como consequência, o consumo também.

Todos pareciam estar se beneficiando das excelentes (na verdade bem relaxadas, hoje sabemos) condições de concessão de crédito imobiliário. Ao mesmo tempo, nos mercados de capitais ao redor do mundo, assistíamos a uma incessante busca por investimentos com maiores retornos esperados do que os proporcionados pelos investimentos tidos como mais "tradicionais".

E O BRASIL... ???
O Brasil, ainda sub-grau de investimento, beneficiou-se merecidamente dos fluxos de capitais que atravessavam o globo em busca dos altos retornos.

Nossa moeda se apreciou, a bolsa subiu, e passamos por um período de estabilidade há muito não visto.

Outros países em desenvolvimento, da mesma forma que o Brasil, também se beneficiaram. O crescimento da China tomava conta dos noticiários. Nada parecia ameaçar o cenário à frente. Nesse ambiente, oportunidades de investimento mais complexas, com ótimas perspectivas de ganhos, atraíam cada vez mais os recursos de investidores espalhados pelo planeta.

A PROFUSÃO DOS DERIVATIVOS...
Os derivativos lastreados em empréstimos imobiliários americanos, não eram exceção e o crescimento desse mercado certamente foi ajudado pelas favoráveis - e camaradas - avaliações de crédito concedidas pelas agências de rating.

Os retornos obtidos com as aplicações de maior risco vinham sendo bastante generosos naqueles anos e todos os indicadores pareciam apontar para a continuidade do cenário de crescimento e calmaria.

Tomar risco estava valendo a pena!

Assim, investidores de todos os tipos e portes passaram a tomar cada vez mais risco em suas carteiras, buscando obter retornos cada vez mais atraentes, provavelmente ofuscados pelos baixos níveis de volatilidade observados em quase todos os mercados. A baixa volatilidade parecia indicar (erradamente) que as ameaças à continuidade do cenário benigno eram poucas, e, para muitos, até inexistentes.

Sabemos que a volatilidade é simplesmente uma medida da oscilação dos preços, estando longe de ser um indicador confiável dos reais riscos à frente. Porém, no ambiente em que nos encontrávamos, ninguém parecia saber de onde viriam as más surpresas.

Se o cenário era de calmaria, as taxas de juros eram baixas, e os riscos não pareciam ameaçadores, por que então um investidor não tomaria recursos emprestados para aplicar nos mercados de forma a obter retornos ainda mais altos para sua carteira? O nível de alavancagem (tomar recursos emprestados para investir em mercados de risco) que havia nos mercados até há pouco permitiu que investidores com um pequeno montante de recursos pudessem se expor a um grande nível de risco.

Grandes investidores expuseram-se a níveis de risco ainda maiores. Os complexos instrumentos derivativos eram estruturados de forma a conter o nível de alavancagem desejado pelos mercados nos diferentes tipos de risco, incluindo o risco embutido naqueles créditos que impulsionavam o crescimento do mercado imobiliário americano.

Parece que períodos mais longos de calmaria e abundância de liquidez acabam proporcionando a nós, investidores, uma sensação de conforto excessivo no convívio com o risco financeiro.

Nestas circunstâncias, acabamos por tomar riscos que na verdade não temos condições, emocionais e financeiras, de suportar. E o que é pior: só aprendemos que estávamos errados quando o mercado vem de encontro às nossas posições.

Daí, quando um cenário adverso, antes impensável, se materializa, vários investidores acabam por colocar à venda suas posições de risco de forma a se desalavancarem o mais rápido possível, o que só contribui para pressionar os já pressionados mercados. Muitos investidores são forçados a liquidar suas posições para fazer frente às chamadas de margem das suas posições alavancadas. E assim se aprofundam as crises - muita gente tentando vender muito risco ao mesmo tempo.

O PRÓXIMO PASSO?
Um longo e demorado período de ajustes....

Afinal, tudo o que sobe uma hora desce, e o que fica muito barato atrai compradores...


Ainda bem que ainda não inventaram nada mais eficiente que a Lei da Oferta e Demanda....


BON$ INVE$TIMENTO$

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom Dia,
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