quarta-feira, 11 de junho de 2008

PETRÓLEO & PETROBRAS

Prezados,

Muitos acreditam que ao comprar as ações da Petrobras terão a alta da cotação do petróleo totalmente incorporada à valorização das cotações de suas ações.

NÃO É BEM ASSIM!
O pregão de sexta-feira passada (06/junho/08), que, diga-se de passagem, foi a maior alta da história em um único dia da cotação do petróleo, ilustra muito bem isso.

O primeiro vencimento de contrato futuro do barril do petróleo do tipo WTI, para julho, fechou o último pregão em Nova York a US$ 138,54, um recorde absoluto, com uma alta de 8,41% no dia.

As ações da Petrobras subiram, mas comeram uma poeira e tanto se comparadas com a commodity. As preferenciais (PN, sem direito a voto) subiram ínfimos 0,06% e as ordinárias (ON, com voto) insignificantes 0,01%.

Detalhe ainda mais importante: ao se analisar um período maior, a distância é ainda mais ampla, com o petróleo indo para um lado e os papéis da companhia, para outro.

Na semana passada, o barril subiu 8,79% e as PNs da estatal caíram 2,88%.

Já no ano de 2007, os dois ativos foram para a mesma direção, mas com uma distância abissal: o petróleo subiu 44,34%, enquanto as PNs da companhia se valorizaram 8,35%. Portanto, olhar o desempenho do petróleo e acreditar que o mesmo irá ocorrer com os papéis da Petrobras é, no mínimo, precipitado e arriscado.

A ESTATÍSTICA EXPLICA: A CORRELAÇÃO É BAIXA!
Um levantamento feito pela consultoria financeira CMA, com os dados dos últimos seis meses, mostra que a correlação entre o preço do petróleo e da ação da Petrobras é de 0,48.

Isso significa que, num intervalo de 100 dias, por exemplo, em 48 deles o papel da companhia e o barril caminham na mesma direção, subindo ou caindo.

O estudo da CMA aponta que, nos últimos seis meses, apenas 23% da variação das ações da Petrobras se explica pela oscilação do petróleo no período. Daí pode-se concluir que as ações da Petrobras nem sempre vão para a mesma direção que o petróleo e muito menos sobem ou caem na mesma intensidade que a commodity.

Com base nessas estatísticas, a CMA também fez algumas projeções sobre para onde iriam as ações da estatal conforme o nível do petróleo. Se o barril caísse para US$ 115, por exemplo, as PNs recuariam para R$ 43,66, uma queda de 8,26% ante o seu fechamento na sexta-feira.
Já se o petróleo voltasse para os US$ 100, as ações cairiam para R$ 39,44, uma desvalorização de 17,13%.

OUTROS FATORES IMPORTANTES A LEVAR EM CONTA!
Um deles, e que se refere exatamente ao petróleo, é que a empresa tem uma política muito particular de preços, e não repassa imediatamente para os seus produtos os aumentos do barril.

Em última instância, quanto mais o petróleo sobe e a estatal não reajusta seus preços, mais ela perde, e não o contrário, como muitos imaginam. À medida que o preço do petróleo fica em níveis elevados e por muito tempo, maiores são as chances da Petrobras ter perdas no seu negócio de refino.

A série de novas reservas - algumas com potencial de exploração gigantesco - que a companhia brasileira vem anunciando também é um fator relevante, que faz suas ações descolarem do preço do petróleo e, nesse caso, para o bem.

São exatamente esses anúncios que mais têm pesado no desempenho positivo dos papéis nos últimos meses. E, mesmo com toda a valorização que já tiveram, as ações ainda têm muito espaço para subir, por conta do quanto essas novas reservas irão agregar de produção para a companhia

2 comentários:

Anônimo disse...

Peraí,
esse artigo saiu no Valor Econômico de 09/06/08. O Valor já está plagiando?

BUSSOLA DE FINANCAS disse...

Naturalmente que não. A fonte é o ppo.