domingo, 20 de abril de 2008

Maré não está pra IPO´s

Prezados,

O senso comum indica que canja de galinha e prudência não fazem mal a ninguém, e foi esta a tônica que prevaleceu na mais recente IPO do mercado.
A Oferta Pública Inicial da HYPERMARCAS (HYPE3) foi um insucesso na sua estréia, por conta naturalmente do clima que predomina no mercado. O mercado está favorecendo empresas sólidas, leia-se Petrobras e Vale, em detrimento das novatas. Resumo da IPO Após cair mais de 6% durante o pregão, as ações da companhia (HYPE3) conseguiram força para reduzir as perdas e fecharam o dia cotadas a 16,70 reais, em queda de 1,76% em relação ao preço inicial, fixado em 17 reais. Esse valor, entretanto, já ficou abaixo da faixa prevista pelos coordenadores da operação - entre 20,50 reais e 24,50 reais.

Histórico da HYPERMARCAS
O empresário goiano João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, fundou a empresa com um capital inicial de 30 milhões de dólares em 2002 – dois anos depois de vender a Arisco para a Bestfoods por 760 milhões de dólares.

O grupo começou a ser formado com a compra da então modesta Assolan, que cresceu e tornou-se uma ameaça à tradicional líder Bombril no mercado de palha de aço. Desde então, o empresa adicionou ao seu portfólio diversas marcas, como os adoçantes Finn e Zero Cal, os enlatados Etti, os produtos de higiene pessoal Monange e Cenoura & Bronze e os medicamentos Doril e Gelol, entre outros.

Pretensões
Com o dinheiro levantando no IPO, Júnior planeja transformar a Hypermarcas numa espécie de “Unilever brasileira” – guardadas as proporções, já que a companhia anglo-holandesa faturou 100 bilhões de dólares no ano passado.

Panorama atual
Mesmo sendo hoje um grupo de 50 marcas com faturamento de 1,4 bilhão de reais, o IPO da Hypermarcas ficou bem abaixo do esperado porque os investidores se mostraram mais reticentes em apostar em empresas novatas da bolsa. O fenômeno tem sido observado desde o início da crise do subprime, em julho de 2007. Com as pesadas perdas no exterior, os investidores estrangeiros têm preferido aplicar seu dinheiro em empresas mais sólidas – como Vale, Petrobras e siderúrgicas – e evitar ações de baixa liquidez na bolsa.

A única empresa que havia feito oferta inicial de ações neste ano havia sido a pequena fabricante de fertilizantes Nutriplant. Mesmo assim, a oferta envolveu um volume de recursos muito baixo e foi restrita a investidores institucionais.

A próxima empresa a testar o apetite dos investidores será a grife Le Lis Blanc, cujas ações começam a ser negociadas na próxima semana. Há, no entanto, uma fila de 11 empresas que planejam fazer IPO, mas pediram à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a suspensão temporária da oferta. Outras 17 desistiram da operação devido às más condições de mercado.

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