quarta-feira, 30 de abril de 2008

Fed mantém ciclo de cortes e reduz juros em 0,25 ponto, para 2%

Prezados,

O
Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) reduziu hoje, quarta-feira (30/04/08) sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual, passando-a para 2% ao ano.

Trata-se do sétimo corte consecutivo desde setembro do ano passado.

A atual série de cortes começou com parte dos esforços do governo americano para tentar evitar que o país caísse em
recessão, devido à crise no mercado de hipotecas de risco, deflagrada no ano passado.

Como se viu no
resultado do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas por um país) referente ao primeiro trimestre divulgado hoje, a economia ainda não se recuperou totalmente do golpe sobre o mercado imobiliário: a expansão da economia americana foi de 0,6% - mesmo percentual visto no último trimestre do ano passado - apesar de ter vindo acima das expectativas do mercado, que era de 0,5%.

Ontem, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que a economia do país está "muito lenta". O próprio presidente do Fed, Ben Bernanke, admitiu no início deste mês, pela primeira vez, que a economia americana corre o risco de entrar em recessão no primeiro semestre deste ano.

Impactos na economia real
O que começou como uma crise imobiliária e que ficou inicialmente apenas no âmbito financeiro -- tendo já causado perdas de bilhões de dólares a baços e empresas de financiamento imobiliário - vem se aproximando cada vez mais da economia real.

O mercado de trabalho vem sofrendo perdas a cada mês desde o início deste ano. Em março foram eliminadas nos EUA 80 mil vagas, marcando o terceiro mês consecutivo de fechamento de postos de trabalho. A taxa de desemprego em março por sua vez foi calculada em 5,1%, contra previsões de 5% (em fevereiro, o governo americano havia reportado taxa de desemprego de 4,8% e o fechamento de 76 mil postos de trabalho).

A inflação também tem efeito sobre a percepção dos consumidores americanos a respeito da economia. O CPI (índice de preços ao consumidor norte-americano) teve alta de 0,3% em março após ter ficado estável em fevereiro. Em 12 meses, o CPI teve variação de 4%.

Já o PPI (inflação no atacado) teve alta de 1,1% no mês passado, muito acima do esperado pelos analistas (variação entre 0,4% e 0,6%). A persistência de movimentos ascendentes de preços como esse pode dificultar o já duro trabalho do Fed, de tentar evitar a recessão (baixando os juros para estimular o consumo) e controlar a inflação (o que poderia exigir até mesmo altas de juros, pondo em risco assim as tentativas de estimular o consumo).

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