sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

SEMANA TENSA

PessoALL,

Nesta semana, tivemos a  ofensiva do presidente americano Barack Obama contra os bancos deixando um clima de incertezas no ar e, em grande parte, explica a queda das principais bolsas já na quinta-feira e que continuou nesta sexta-feira.

O presidente dos EUA afirmou que não queria "ver nunca mais o contribuinte americano ser refém de instituições grandes demais para quebrar", e propôs medidas que proíbem bancos que detêm depósitos de correntistas de investir, negociar ou aconselhar fundos hedge e fundos de participações em empresas (private equity), além de vetá-los de fazer operações com o próprio dinheiro, chamadas de Tesouraria, para obter lucros em benefício próprio e não para seus clientes.

A ideia é proibir bancos protegidos pelo governo de usarem seus recursos para fazer apostas arriscadas em papéis lastreados em hipotecas, derivativos e outros, evitando as operações que deram origem à crise de 2008. Se for adotada pelo Congresso, a medida obrigaria os grandes bancos a separarem suas operações.

A proposta ainda precisa passar pelo Congresso. Por enquanto, só a Câmara aprovou uma versão da Lei de Reforma Financeira, em junho. O Senado está negociando sua versão e depois as duas precisam ser fundidas. Obama quer que os legisladores incorporem as propostas, mas os republicanos já se mostraram contra.

Já em relação aos resultados das empresas divulgados nesta semana, os  grandes bancos americanos indicam que a recessão na principal economia global perdeu força no quarto trimestre do ano passado, com as perdas dessas instituições com cartões de crédito, hipotecas imobiliárias e outros empréstimos, diminuindo no fim de 2009.

Instituições como Bank of America e Wells Fargo, dois dos maiores bancos dos Estados Unidos, revelaram que enxergam sinais de uma virada no ciclo de crédito, graças à recuperação econômica alimentada pelas centenas de bilhões de dólares em estímulo do governo.

Nesse contexto, de resultados melhores dos bancos, mas de um novo pacote de medidas para regulamentar o sistema, os mercados acabam a semana operando sob forte incerteza, que acaba por induzir parte de um movimento de realização de lucros.

No Brasil, nesta sexta-feira a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou mais que o esperado em janeiro, pressionada pelo aumento sazonal dos alimentos e pela tarifa de ônibus mais cara em São Paulo.

O indicador subiu 0,52% no mês, após elevação de 0,38% em dezembro. O mercado futuro de juros abriu levando prêmio aos contratos de vencimentos mais curtos. A discussão sobre quando o Banco Central Brasileiro deve subir os juros continua. Parte dos analistas acredita que já em Março poderá haver alta, outros acreditam que o BC deve esperar um pouco mais e iniciar a alta apenas em meados do ano.

O câmbio também foi grande destaque na semana. A percepção de que a economia europeia segue mais fraca do que a economia norte-americana fez com que o dólar dos EUA ganhasse valor frente ao euro e carregou consigo as outras moedas. A cotação do Real contra o dólar norte-ameircano rompeu a importante barreira de R$ 1,800 e opera pressionado neste fim da semana.

Com um feriado municipal em SP, na próxima semana, a cautela deve continuar a dar o tom nos próximos pregões.



 

O Ibovespa corrige dentro da tendência de alta, porém perdeu o canal de alta dos últimos meses. O ponto positivo foi o fechamento acima do suporte de 65.900. Ibovespa encontra resistência em 71.068.

 
 


O final do mês conta com diversos indicadores domésticos e internacionais relevantes.

No Brasil, o destaque vai para a reunião do Copom que decidirá a taxa Selic. É esperado que o valor seja mantido, porém é importante ver o comunicado do comitê.

Nos EUA, as atenções vão para a reunião do Fomc e para a divulgação do PIB do 4ª trimestre. Sobre a reunião,  a expectativa é de manutenção da taxa de juros, porém é importante conferir o statement para ver se há alguma mudança na visão do comitê. Sobre o PIB, é esperado uma alta que pode indicar uma recuperação da economia americana. Teremos também, o índice de preços de casa Case & Shiller de novembro, a confiança do consumidor do Conference Board de janeiro, o índice dos gerentes de compras de Chicago, os pedido de bens duráveis e a confiança do consumidor da Universidade de Michigan.

A temporada de earnings nos EUA prossegue essa semana com as divulgações de Apple (2ªF), Caterpillar (3ªF), Johnson & Johnson (3ªF), Verizon, (3ªF), Abbott (4ªF), 3M(5ªF), AT&T(5ªF), Microsoft(5ªF), P&G(5ªF) e Chevron (6ªF).

Na Europa, o destaque vai para a divulgação do PIB inglês. A expectativa é de que o número seja positivo, mostrando uma recuperação da economia britânica.

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