PessoALL,
A semana termina com o mercado internacional de moedas conturbado levando o Real a seu nono pregão de desvalorização.
A moeda encerra o mês cotada muito próxima a RS$/US$ 1,90, com desvalorização acumulada de 8,6% no mês.
O Real sofre em grande parte devido ao fortalecimento do dólar norte-americano. São apontados como os principais responsáveis por esse movimento, tanto os dados econômicos apontando que a economia europeia segue fraca, como a dúvida à respeito da capacidade de pagamento da dívida externa de alguns países do bloco.
A Grécia é o principal foco de atenção. Apesar do premiê da Grécia, George Papandreou, ter avaliado que seu país está sendo vítima de comentários nos mercados financeiros e negar que busca ajuda para financiar o déficit orçamentário doméstico, o próprio comissário de Assuntos Monetários da União Europeia, Joaquín Almunia, disse não haver um plano B para o país porque a Grécia "não entrará em default". Ele também se disse confiante que as medidas fiscais dos integrantes da zona do euro terão sucesso e que a União Europeia está "plenamente comprometida" em ajudar a implementar essas ações. Notou ainda que os problemas de um único país, no âmbito de união monetária, é motivo de "preocupação comum" para todos os participantes.
Nos EUA, a economia cresceu mais que o esperado no quarto trimestre, a uma taxa anualizada de 5,7%, a maior alta desde o terceiro trimestre de 2003 e após o crescimento de 2,2 % no terceiro trimestre. Em 2009 como um todo, o PIB norte-americano caiu 2,4%, a maior queda desde 1946.
Também nesta semana, o banco central dos Estados Unidos afirmou no comunicado final da reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), que o ritmo de deterioração do mercado de trabalho diminuiu desde a última reunião, em dezembro. O Fed apontou ainda que há sinais de melhora dos gastos dos consumidores e dos investimentos. Sobre o crédito, a autoridade monetária americana disse que, apesar de se manter retraído, "as condições do mercado financeiro continuam favoráveis ao crescimento econômico."
Na reunião, que durou dois dias, o Fed resolveu manter a taxa básica de juros do país em uma banda entre zero e 0,25% ao ano, situação que não muda desde dezembro de 2008.
Na Europa, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, disse que o banco espera apenas crescimento moderado e pressões contidas de preços nos próximos dois anos na zona do euro. Para Trichet os dados recentes sugerem que a zona do euro continuou crescendo no quarto trimestre do ano passado, mas disse que muitos dos fatores que deram sustentação ao crescimento são temporários e que a expansão futura vai continuar limitada pela necessidade dos bancos, famílias e governos de repararem seus balanços.
Sobre o muito discutido problema dos orçamentos de alguns países membros da zona do euro, Trichet alertou que os persistentes déficits elevados e o aumento dos níveis da dívida de alguns membros podem pôr a perder os esforços do BCE de sanear a economia.
No Brasil, o destaque ficou com a reunião do Copom. O Comitê de Política Monetária decidiu na quarta-feira, manter a taxa Selic em 8,75% ao ano, nível em que se encontra desde julho do ano passado. A decisão dos membros do Copom foi unânime. O resultado já era amplamente previsto pelo mercado. Porém, na opinião da boa parte dos economistas de mercado, há riscos concretos que devem levar a um aperto monetário ainda neste primeiro semestre em virtude da atividade aquecida e possível pressão sobre preços. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 16 e 17 de março. A ata da reunião desta quarta será divulgada pelo BC na quinta-feira da próxima semana, sendo o destaque doméstico.
Também foi destaque, a saída de recursos de quase US$ 2 bilhões do país. A Bolsa brasileira, já teve uma baixa de 4,6% em 2010. Essa reversão está bastante ligada a fatores externos mais do que a fatores domésticos. Dentre os motivos, estão a restrição ao crédito na China, a revisão da avaliação de risco na Europa e no Japão, e regras mais apertadas para os bancos nos EUA, a queda no preço de commodities e dúvidas sobre a recuperação da economia global com a retirada de estímulos e aumento nos juros. O cenário prospectivo otimista para o Brasil permanece intacto, porém a aversão a risco não.
O Ibovespa, após a perda do suporte em 64.900, ficou esquisito. Próximo suporte em 60.146 e resistência em 71.068
E AGORA?
O mês de FEVEREIRO se inicia com diversos indicadores domésticos e internacionais relevantes
No Brasil, o destaque vai para a ata do Copom, que indicará como o comitê está avaliando a atual conjuntura econômica. Merecem atenção também, o IPCA de janeiro, que deve mostrar uma inflação mais elevada e a produção industrial de dezembro, após um resultado abaixo das expectativas em novembro. É importante ficar atento ao movimento de dezembro. Outros indicadores que serão divulgados são o IGP-DI de janeiro, Carta da Anfavea de janeiro, balança comercial de janeiro e PMI de manufaturados.
Nos EUA, as atenções vão para o PAYROLL, em que há expectativa de um crescimento do emprego, indicando uma recuperação da economia americana. Um indicador antecedente a ele será divulgado na quarta, o índice ADP de variação de empregos no setor privado. Além disso, teremos o ISM de manufaturados e de serviços de janeiro, o índice Challenger de redução de postos de trabalho de janeiro, ICSC Vendas lojas em cadeias de janeiro, venda de veículos de janeiro, o crédito ao consumidor, pedidos de fábricas, renda e gastos pessoais, todos de dezembro.
Na Europa, merece atenção a decisão do BoE e do BCE sobre a taxa de juros. A expectativa é que a taxa se mantenha. Outros destaques são a produção industrial alemã, as vendas no varejo de dezembro e os PMI´s da Zona do Euro de janeiro.
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