Mesmo sem novas referências da situação econômica norte-americana, e com os negócios nos EUA paralisados pelo feriado, a segunda-feira (21) foi negra para os mercados globais, ainda com a crise do país como responsável. As perdas generalizadas se estenderam da Ásia, para as bolsas européias e derrubaram o mercado brasileiro.
Com os investidores julgando a atuação do governo norte-americano insuficiente diante do tamanho da crise imposta pelo segmento de hipotecas de alto risco, o índice Nikkei da bolsa de Tóquio fechou o dia com desvalorização de quase 4%, enquanto as principais bolsas européias registram baixas superiores a 6%, contaminando o Ibovespa. Em meio a tanto pessimismo, o principal índice de ações doméstico caiu 6,60%, e o dólar comercial registrou forte avanço.
A crise de crédito, que com seguidos indicadores vem demonstrando as profundas marcas deixadas sobre a atividade econômica dos EUA, parece não encontrar barreiras suficientes para limitar suas marcas. O pacote fiscal anunciado pelo presidente George W. Bush na última sexta-feira, tido anteriormente como importante meio de conter o avança da crise, foi mal recebido pelos investidores, alimentando a adoção de posturas de maior cautela nos negócios.
A proximidade da reunião do Federal Reserve também corrobora a elevação da percepção de risco. Com o cenário turbulento se agravando a cada dia, o mercado aguarda com ansiedade a atualização da taxa básica de juro norte-americana. Uma nova redução na Fed Funds Rate é consenso entre os analistas, que divergem apenas em relação à amplitude do corte.
Inflação em foco no Brasil
Sem indicadores relevantes na agenda externa, o destaque do dia, internamente, ficou por conta dos dados inflacionários.
Apesar da desaceleração da inflação mensurada anteriormente pela segunda prévia do IGP-M de janeiro, o relatório Focus demonstrou uma elevação das projeções do mercado para todos os índices inflacionários para este mês.
Para completar a cena, a balança comercial brasileira mensurou um saldo tímido de US$ 1 milhão na terceira semana do ano.
Ibovespa despenca mais de 6%; dólar avança
Com a turbulência internacional mostrando forte influência sobre os ânimos no mercado doméstico, o Ibovespa segue penalizado. O índice encerrou a segunda-feira com baixa de 6,60%, cotado a 53.709 pontos. O volume financeiro, mesmo em dia de vencimento de opções, não passou de R$ 5,98 bilhões.
Vale destacar que, dos 64 ativos que integram o Ibovespa, nenhum escapou do vermelho.
No mercado de câmbio, o dólar comercial também foi influenciado pelo pessimismo externo e registrou forte avanço de 2,52%, a R$ 1,83. Desde o começo do ano, a moeda norte-americana já acumula valorização de 3,04%.
Maiores altas e baixas
As bruscas baixas de papéis relacionados ao mercado de commodities contribuíram para a amplitude do recuo do Ibovespa. Entre eles, os mais líquidos da bolsa, Vale e Petrobras cederam respectivamente 11,35% e 7,42%.
Dentre todos os integrantes do Ibovespa, a maior queda ficou com os ativos preferenciais de classe A da Vale, que com a baixa encerraram cotados a R$ 41,55. Com a desaceleração da atividade econômica, o sentimento é de redução na demanda pelas commodities.
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | ||
VALE5 | Vale Rio Doce PNA | 41,55 | -11,35 | -18,13 | ||
CCRO3 | CCR Rodovias ON | 21,74 | -10,86 | -20,95 | ||
VALE3 | Vale Rio Doce ON | 46,22 | -10,40 | -22,07 | ||
SBSP3 | Sabesp ON | 34,29 | -9,04 | -16,63 | ||
GOAU4 | Gerdau Met PN | 55,00 | -8,94 | -22,54 | ||
Nenhuma ação que compõe o Índice Bovespa fechou em alta!!!
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