terça-feira, 22 de maio de 2007

COPOM: proximos capítulos....

Caríssimos,

No próximo dia 6 de JUNHO - 4ª feira - haverá nova reunião do COPOM e há um sentimento de de que irá ser aumentada a velocidade de queda da Selic de 0,25 para 0,50 ponto percentual.



A expectativa de que o juro básico irá recuar de 12,50% para 12% foi consignada oficialmente no Focus, relatório elaborado pelo Banco Central (BC) a partir de projeções,
sempre cautelosas e conservadoras, formuladas por cerca de cem instituições do mercado. O Focus divulgado ontem ratifica formalmente a certeza exposta nos negócios fechados no mercado futuro de juros da BM & F. O CDI futuro já está ajustado à taxa de 12%, tanto que, ontem, o contrato para julho nem se mexeu, encerrou o dia nos mesmos 12,14% de sexta-feira.
O mercado tem convicção sobre o resultado do próximo Copom, mas ainda não tem firmeza sobre o placar. Por meio de unanimidades ou dissensos, o Copom vem construindo um sistema de sinalização sobre os próximos passos da política monetária.

Se o Comitê, no dia 6, inverter o placar da reunião de 18 de abril (4 a 3 em favor de 0,25 ponto), passará ao mercado a idéia de que ainda está inseguro sobre o que fará no encontro de 18 de julho. Mas se o placar for agora de 7 a 0 pelo 0,50 ponto, a indicação a ser percebida será de prosseguimento desse ritmo de queda. Nessa hipótese, a expectativa de Selic no fim do ano, que ontem caiu de 11% para 10,75%, terá de ser de novo revista para baixo. Embora em rota declinante, os CDIs futuros ainda têm muita gordura para queimar. O contrato para a virada do ano cedeu ontem apenas 0,01 ponto, para 11,31%. O CDI previsto para janeiro de 2009 cedeu 0,04 ponto, para 10,50%, E o janeiro de 2010 já testa o juro nominal de um dígito. Fechou a 10,15%, com recuo de 0,05 ponto.


Os tesoureiros descartam a possibilidade de o Copom surpreender e a aumentar a dose de baixa da Selic para 0,75 ponto. A despeito da derrocada do dólar e do fracasso de suas intervenções cambiais, o BC não faria isso, em primeiro lugar, porque não sinalizou a intenção. E, em segundo, porque a apreciação cambial não é vista como um efeito colateral indesejado da política monetária, mas como uma evidência do sucesso do BC em controlar a inflação e reduzir a vulnerabilidade externa. O corte de 0,50 ponto é entendido, frente ao mergulho do dólar e da queda do risco-país (que ontem, na mínima do dia, marcou 138 pontos-base, novo piso), como reiteração do ultraconservadorismo monetário.

O juro básico de 12% no dia 7 de junho para uma inflação anual de 3,45% já configuraria um contra-senso mesmo antes de a S & P promover a dívida interna brasileira a investment grade.
Pelo visto, os investidores recebem sinal verde para continuar derrubando o dólar. Parece-me que o BC não vai usar o juro para segurar o dólar. E parece ter desistido de amortecer a queda por meio de pesadas compras diárias de moeda. O BC só apareceu ontem no mercado quando faltava pouco mais de dez minutos para o encerramento dos negócios.

Sem pretensão de reverter a queda, adquiriu US$ 750 milhões. E a moeda fechou com desvalorização de 1,12%, cotada a R$ 1,94.

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