Prezados,
Quem disse que a crise não nos atingiria?
Quem acreditou no potencial dos bancos médios e no ano passado participou das ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), hoje amarga perdas que chegam a quase 80% do valor aplicado. O resultado é reflexo da fuga dos investidores estrangeiros da Bolsa, que levou as ações a despencarem mais que o triplo do Ibovespa no período. Nos IPOs, os investidores de outros países foram os que mais compraram ações dos bancos médios, chegando a embolsar 88% dos papéis ofertados.
As instituições brasileiras, embora nunca tenham trabalhado com o segmento subprime (hipotecas de alto risco), estão sentindo no caixa o impacto da crise financeira que levou gigantes internacionais à lona. A escassez de recursos no mercado colocou os bancos médios em situação bastante delicada - e sem previsão de melhora. Levantar dinheiro para conceder crédito consignado, financiar veículos ou emprestar a micro e pequenas empresas ficou cada vez mais caro, apesar dos esforços do Banco Central para manter a liquidez.
Diferentemente dos grandes bancos, as instituições de médio porte não oferecem serviços de conta corrente, recebem investimentos ou comercializam seguros e títulos de capitalização. Seu caixa, portanto, depende das captações nos mercados externo e interbancário e de instrumentos como os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Como a crise não é só de crédito, mas também de confiança, até as negociações de CDBs não estão sendo fáceis.
Ações anti-crise
Nas últimas semanas, o Banco Central anunciou uma série de medidas para minimizar o impacto da crise financeira no país. Por meio de mudanças nas regras do depósito compulsório - o dinheiro que os bancos são obrigados a manter junto ao Banco Central - foram liberados 160 bilhões de reais para que os bancos mantenham suas operações de crédito. Assim, o governo esperava destravar o sistema financeiro, garantindo os empréstimos a empresas e consumidores.
A medida provisória editada nesta quarta-feira (22/10), entretanto, levantou dúvidas quanto à eficácia dessas ações. Por meio dela, o governo autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprar total ou parcialmente instituições privadas. Ou seja: abriu caminho para uma possível estatização do sistema bancário brasileiro.
No Brasil, ao menos por enquanto, as instituições estão preferindo adquirir carteiras de crédito, incentivadas pelas medidas do Banco Central. Bradesco, Itaú, Unibanco e Santander foram às compras, mas não informaram quanto investiram nas aquisições nem os nomes dos bancos vendedores. Já a Nossa Caixa comprou as carteiras de três bancos por 2,23 bilhões de reais. E todas as instituições admitem estudar novos negócios.
Afinal, nos momentos de crise sempre surgem grandes oportunidades!
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