terça-feira, 4 de novembro de 2008

OUTUBRO passou, mas e agora? O que esperar?

Prezados,

Os primeiros dias de novembro trouxeram uma brisa de esperança.... Afinal, o terremoto que ocorreu em outubro passou!

MAS A CRISE ACABOU?
Bom, primeiro quero ressaltar que a crise é muito pior do que se esperava, em minha opinião mais pela velocidade que pelas conseqüências.

Muitos têm me perguntado se o pior já passou, após vários falsos alarmes.

O primeiro (lembram-se?) foi a falência de dois hedge funds do Bear Stearns em junho e julho de 2007.

Parafraseando John Kenneth Galbraith, “há dois tipos de previsores: aqueles que não sabem, e aqueles que não sabem que não sabem.” Eu não sei.

Ainda poderá haver (muitas) notícias negativas. As possíveis fontes de desapontamento: incertezas sobre o sucesso do plano de ajuda dos EUA, queda nos preços dos imóveis nos EUA e em outras partes do mundo, recessão global maior e mais prolongada, queda nas margens de lucros, crescimento do risco geopolítico, e principalmente China.

Apesar dos riscos, meu sentimento é de que os mercados atualmente se sentem mais confiantes que governantes no mundo inteiro farão o que for necessário para conter a crise financeira, e as condições no mercado interbancário e de commercial papers estão melhores.

Foi também de extrema importância que value investors como Warren Buffet e Jeremy Grantham se tornaram mais positivos. O que aconteceu nas últimas semanas foi um processo brutal de vendas dos hedge funds e uma grande piora nas expectativas de recessão global e crescimento dos lucros. Poderá levar ainda um tempo, mas isso é apreçável , i.e. os preços das ações podem apenas descontar o que podem reconhecer. Desta forma, com a procura por barganhas, é possível que as bolsas experimentem um rally até o final do ano.

Adicionalmente, uma possível antecipação do anúncio do próximo Secretário do Tesouro norte-americano pode acrescentar ânimo aos mercados. Em função da crise financeira, a escolha dessa pessoa deve estar no topo da lista de prioridades do presidente dos EUA a ser eleito amanhã.

O cargo não tem sido tão crucial desde que Robert Rubin, no governo Clinton, que ajudou a reduzir o déficit fiscal e propiciar anos de alto crescimento nos EUA e no mundo.

E 2009?

Independentemente como as bolsas encerrem o ano e mesmo que as piores expectativas de recessão global se confirmem, estou mais positivo para as bolsas em 2009.

Para os investidores de longo prazo, acredito que estamos em um momento histórico de comprar ações a preços extremamente baratos. De novo, isso não quer dizer que as bolsas possam cair mais, mas que para os próximos três, quatro, cinco anos, boas escolhas na bolsa deverão ter desempenho superior a qualquer outro tipo de investimento.

Os fundamentos mudaram. Contrariamente do que provavelmente teria ocorrido há algumas semanas, o mercado (corretamente) reagiu positivamente à desistência da Lojas Renner em adquirir a Leader, ao fato da OHL não ter feito nenhuma oferta nas licitações das rodovias estaduais de São Paulo e à decisão da Marcopolo em revisar seu plano de investimento na Rússia.


Este é o momento de reconhecer o mérito e pagar prêmio para as empresas que têm (i) grande previsibilidade de geração de caixa, (ii) situação financeira confortável, e (iii) prudência para o pôr o pé no freio no crescimento das vendas para administrar a necessidade de capital de giro ou no programa de investimentos para não aumentar seu endividamento.

Continuo a recomendar cautela com setores/empresas que têm grande necessidade de capital de giro para financiar suas operações, e.g. construção civil e açúcar & etanol. O mercado de crédito corporativo se tornou seletivo, o custo de empréstimos tem subido significativamente e a bolsa (por ora) não é alternativa de captação de recursos.

BON$ INVE$TIMENTO$!

Nenhum comentário: