segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

AMANHA SERA UM NOVO DIA??

Prezados,

Amanhã, dia 20 de janeiro de 2009, sem dúvida, será histórico!

Afinal de contas, Mr. Barack Obama será o primeiro negro a presidir a maior potência do planeta Terra, os EUA !

E O QUE MUDA?
A julgar pela queda do spread no mercado interbancário e pelo sucesso de algumas captações soberanas (inclusive do Brasil), parece estar em curso pequena melhora de liquidez no mercado internacional. As expectativas em torno do “pacote Obama” são positivas, o que tem feito as bolsas recuperarem parte da queda do ano passado.

PORÉM... ENTRETANTO.. TODAVIA...
Não podemos deixar de considerar que os desdobramentos recentes continuam preocupantes, mesmo após a estabilização do sistema financeiro promovida pelas autoridades dos EUA e Europa.

Os bancos continuam apresentando prejuízos inéditos, referentes ao último trimestre de 2008, e não conseguem realizar capitalização voluntária. Por esta razão, os governos continuam injetando recursos no sistema bancário. Para os próximos meses, aguardam-se aumentos das taxas de inadimplência, na medida em que a saúde financeira de empresas e indivíduos se deteriora com a recessão.

O presidente do Fed afirma ser ainda necessário retirar ativos podres do sistema (mais recursos fiscais). A deflação ocorrida nos últimos três meses no mundo desenvolvido é preocupante, uma vez que as taxas reais de juro esperadas continuam elevadas, mesmo com nível zero no curto prazo. Nessas circunstâncias, não se pode esperar que o sistema bancário retome o volume de crédito necessário para começar a tirar a economia da recessão.

E NÓS.. EMERGENTES? FICAMOS COMO?
Os efeitos da crise sobre os países emergentes, inclusive o Brasil, têm sido mais fortes e
mais rápidos do que a maioria dos analistas esperava, o que cria perspectiva mais sombria
sobre o crescimento da economia mundial, neste ano.

A crise se espalhou pelo mundo inicialmente devido à parada súbita dos fluxos de capital e atingiu com maior intensidade os países que deles mais dependem, como é o caso do Brasil. Em seguida, o comércio internacional começou a se contrair, tanto em preço quanto em volume.

Embora dados mundiais recentes ainda não estejam disponíveis, pode-se afirmar que este canal de transmissão da crise passou a ser tão ou mais importante que o canal financeiro, especialmente para economias abertas, ou seja, mais dependentes do comércio exterior.

O caso da China é ilustrativo. Mesmo sendo uma economia grande, o país ampliou muito seu grau de abertura nesta década, a ponto de hoje as exportações representarem 35% do PIB chinês. A retração do mercado mundial foi o principal fator explicativo para o fato de a produção industrial, que crescia à taxa de 16% ao ano (até agosto), ter recuado para 4,0% ao ano, em apenas três meses. Espera-se que, como resultado disso, o PIB chinês cresça menos de 6,0%, neste ano.

Embora a economia brasileira seja bem mais fechada que as dos demais países emergentes (as exportações de mercadorias representam cerca de 15,0% do PIB), o efeito da contração do comércio é de primeira ordem, particularmente nos setores voltados para fora, como a indústria mineral e a de agronegócios.

Sem falar que no Brasil, o emprego já parou de crescer (para não dizer que já caiu!!!) e, com o tempo, ocorrerá aumento da taxa de desemprego, e queda da massa real de renda e da demanda de consumo, em geral.

E, NO FINAL DAS CONTAS...
Bom.. considerando tudo que já comentei acima, minha expectativa é que o PIB do nosso Brasil brasileiro cresça entre 1% a no máximo 2% em 2009, isso se tudo correr bem, é claro!

E, portanto, não resta outro caminho a seguir pelo COPOM nesta semana a não ser reduzir a Taxa SELIC ( o que já não era sem tempo ! ), afinal somos a MAIOR TAXA DE JUROS REAL DO PLANETA !

Minha expectativa é que caia 0,75%, voltando portanto ao patamar de 13% aa. Hoje, está em 13,75% aa, o que é um DESPROPÓSITO!

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