quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Trocando em miúdos....

Caríssimos, muitos possuem dúvidas sobre expressões muito utilizadas no mercado financeiro.

Aqui vão algumas delas e seus significados.

O que são Hedge Funds?
A expressão Hedge, significa no jargão financeiro, proteção. Ou seja, é uma prática que os investidores lançam mão para proteger seus investimentos. Um exemplo rápido é o que ocorre com produtores de grãos. Sua safra só será colhida daqui a quatro meses e não dá para saber a que preço o grão estará até lá. Ele faz, então uma opção de venda, por um valor determinado, que ele considera suficiente para garantir seus custos e seu lucro. Se, ao chegar o momento de entregar o grão, o mesmo tiver subido muito, ele não ganha essa diferença, mas garantiu a manutenção de seu negócio. Caso caia muito abaixo do preço acertado, o comprador arcará com essa diferença, mas o produtor estará protegido. Sempre que algum agente econômico se posiciona de forma a proteger seu negócio de grandes oscilações, ele pode estar fazendo um hedge. Isso é comum nas empresas exportadoras, que mantêm elevada dívida em dólar, pois se o dólar cai, ele perde receita em R$, mas sua dívida em R$ também diminui, e vice-versa.

Qual a influência desses Hedge Funds na Bovespa?
Não são os hedge funds o problema, mas as compras alavancadas realizadas por eles (entre outras entidades) que transmitem um certo temor ao mercado. Uma compra alavancada, em resumo, significa a compra de um ativo por um preço atual mais alto do que ele vale, acreditando que os lucros desse ativo serão exuberantes. É como comprar um lote de terra, numa região promissora, pelo preço atual e registrálo pelo que ele pode vir a ser. Pois bem, os fundos, mundo afora, vêm participando de muitos projetos financeiros, pois a abundância de capitais vem sendo muito grande.

Na visão dos especialistas, esses fundos fizeram movimentos arriscados demais, alocando seus recursos em empresas cujo futuro pode até ser bom, mas não tão brilhante quanto
se esperava. O que ocorre é que, ao menor sinal de risco, os investidores tiram dinheiro desses fundos, que precisam vender ativos, às vezes com prejuízo, para cobrir as retiradas.

Quantas empresas foram compradas, quantas abriram capital ou aumentaram capital, quantas recorreram a empréstimos lastreados em suas ações nos últimos anos? Muitos e muitos bilhões de dólares estão emprestados e garantidos em ações dos tomadores. E se as ações não subirem tanto quanto se espera?

Uma pergunta: Se eu tenho ações de uma empresa X, que comprei há pouco e caiu 20%, mas comprei acreditando que subiria no curto ou no médio prazo, e também tenho ações de uma empresa brasileira que já subiu no ano 40%, vendo qual delas, a que já subiu 40% ou a que caiu 20%, mas eu acredito que vá subir?

Bom, é uma pergunta de resposta difícil, mas muitos estão vendendo os ativos brasileiros, que renderam muito no ano de 2007. Por conta disso estamos vendo uma correção nos ativos da Bolsa.

No mês de julho, a saída de capital de estrangeiros bateu recorde, atingindo o maior valor desde o plano real, R$ 3,2 bilhões. No dia 1/08/2007, foi registrada a saída de mais 700 milhões de reais.

As empresas parecem estar bem. Lucros recordes e desempenhos operacionais excelentes, além de demonstrações de que as exportadoras estão conseguindo reduzir as perdas com o dólar baixo. Infelizmente o volume comprador das pessoas físicas, investidores institucionais, empresas e instituições financeiras não são, ainda, suficientes para amenizar uma saída muito abrupta de capital estrangeiro, dada a grande participação desse grupo, hoje em torno de 35% do movimento da bolsa.

Um comentário:

Herval disse...

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