quinta-feira, 2 de maio de 2013

IPO: O que é? Para que serve? Vale a pena entrar nessa?


IPO: Quem entrou na bolsa com o pé direito? E quem não?
Duas operações recentes chamaram a atenção dos investidores brasileiros. Foram os IPOs da BB Seguridades e da Smiles, que acabaram com a morosidade dos últimos tempos da bolsa de valores brasileira, movimentando, juntas, mais de R$ 12 bilhões.

No pregão do dia 29 de abril, estreia das empresas na Bovespa, os movimentos foram opostos. Enquanto as ações da Smiles dispararam 6%, os papéis da BB Seguridades caíram 2,35%. Mas muita água ainda vai passar por baixo dessa ponte. Entenda por quê:

O que é IPO?
A sigla IPO resume a expressão em inglês Initial Public Offering. Traduzindo: Oferta Inicial de Ações

Na prática, o IPO acontece quando os donos de uma empresa resolvem dividi-la em partes e vendê-las. O objetivo é levantar dinheiro para investir no próprio negócio.

Em vez de um supermercado, o ponto de venda de ações é a bolsa de valores. Em vez de compradores interessados, investidores. O principal “supermercado de ações” do Brasil é a BM&FBovespa, a bolsa de valores brasileira.

Desde quando?
Desde 2004, quando a Natura quebrou o jejum de mais uma década de estreias no mercado brasileiro de ações, já foram realizadas mais de uma centena de ofertas públicas iniciais. Mas, o ano de ouro foi o de 2007, quando os 67 IPOs realizados movimentaram R$ 55,6 bilhões de reais. Para se ter uma ideia, com esse dinheiro dá para administrar o governo da cidade de São Paulo, a quarta maior do mundo, por um ano e quatro meses.

Como anda o mercado de IPOs atualmente?
Desde a crise financeira que abalou o mundo em 2008 e 2009, o mercado vinha um pouco desanimado com o ritmo lento de aberturas de capital (outro sinônimo para IPO) na bolsa brasileira. De 2008 a 2012, foram apenas 35 ofertas iniciais e o valor movimentado nesses cinco anos chegou perto mas não alcançou o dourado 2007.

O ano de 2013 começou meio desanimado, com apenas dois IPOs no primeiro trimestre. No final de abril, entretanto, uma mega oferta de uma empresa ligada ao Banco do Brasil chacoalhou o mercado e trouxe um pouco de otimismo aos investidores. A oferta inicial da BB Seguridades, empresa de seguros do banco público brasileiro, levantou quase R$ 12 bilhões. Se esse ritmo se mantiver, este ano pode ser tão bom quanto o de 2007 para os IPOs.

Os cinco IPOs de maior sucesso...
Veja uma lista das cinco empresas que entraram com o pé direito na bolsa de valores e movimentaram os maiores volumes de recursos em suas ofertas iniciais de ações desde 2004:
1.       Santander: R$ 13,2 bilhões (2009) R$ 23,50 / R$ 14,07
2.       BM&FBovespa: R$ 12,6 bilhões (2007) R$ 23,00 / R$ 13,63
3.       BB Seguridades: R$ 11,5 bilhões (2013) R$ 17,00
4.       Visanet (hoje, Cielo): R$ 8,4 bilhões (2009) R$ 15,00
5.       OGX Petróleo: R$ 6,7 bilhões (2008) R$ 11,31 / R$ 1,83

...e os cinco IPOs mais modestos:
E agora, confira o ranking das cinco empresas que levantaram menos recursos em seus IPOs no mesmo período:
1.       Renar Maçãs: R$ 16 milhões (2005) R$ 1,60 / R$ 0,14
2.       Nutriplant: R$ 20,7 milhões (2008) R$ 10,00 / R$ 2,20
3.       Senior Solution: R$ 50,5 milhões (2013) R$ 11,50 / R$ 11,15
4.       Le Lis Blanc: R$ 150,2 milhões (2008) R$ 6,75 / R$ 9,00
5.       Renova: R$ 160,7 milhões (2010) R$ 15,00 / R$ 33,10

Dinheiro no bolso
Mas é importante lembrar que, apesar de um grande volume de negócios obviamente contar pontos para um IPO bem sucedido, o que interessa na verdade para o investidor é dinheiro no bolso. Então, mais do que olhar o tanto de reais movimentados, é fundamental monitorar o desempenho das ações da empresa desde o IPO: se elas valorizaram ou desvalorizaram.

Isso é muito relativo, já que os preços variam dia após dia. Por exemplo: vocês imaginariam que os preços das ações do Santander, da BM&FBovespa e da OGX estavam em abril de 2013 mais baixos do que o preço do IPO? Isso significa que se alguém comprou as primeiras ações dessas empresas e não as vendeu até então, perdeu dinheiro. Por outro lado, as ações da Le Lis Blanc e da Renova estavam mais caras do que na época do IPO, ou seja, quem ainda estava com elas em abril, estava ganhando dinheiro.
São os altos e baixos do mercado de ações. Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar, como já cantava nossa querida Elis.

Autora:  Jenifer Corrêa

Fontes:
BM&FBovespa

InfoMoney

Portal Exame

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