Não restava dúvida de que o mercado aprovaria o socorro total e irrestrito do governo americano aos bancos que estão em maus lençóis, com o megapacote de US$ 700 bilhões anunciado no fim-de-semana. No entanto, bastante calejados pelos tombos das bolsas nesta crise financeira, os investidores reagiram como São Tomé, preferindo esperar ver o pacote aprovado pelo Congresso para só depois cantar vitória. O Índice Bovespa chegou a subir na abertura, mas não resistiu às acentuadas quedas dos principais índices da Bolsa de Nova York e acabou fechando em baixa de 2,86%, aos 51.540 pontos.
Os investidores estão receosos com relação a vários pontos do pacote. O primeiro deles é se as medidas serão realmente aprovadas pelos congressistas. Eles se mostram bastante consternados com a situação caótica do mercado financeiro do país, mas dificilmente perderão a oportunidade de tirar uma casquinha do governo em troca de dizer sim ao socorro dos bancos.
Outro temor e o mais importante, é a dificuldade operacional de se colocar o pacote em prática. O governo, provavelmente na figura do Tesouro ou do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), terá de sentar com cada um dos bancos para definir todos os detalhes do socorro. Por exemplo, quantos títulos irá comprar da instituição financeira, a que preço, de qual forma, em qual data etc, etc, etc.
O grupo de bancos que se rendem à benevolência do governo dos EUA aumenta a cada dia. Os últimos adeptos foram os gigantes |
Não sobram críticas da postura leniente das autoridades americanas sobre a atuação desses bancos e do mercado de "hedge funds". Uma comparação rápida mostra a gravidade da situação. Na época da desvalorização do real ante o dólar, em 1999, o Brasil fechou um pacote de ajuda com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em torno de US$ 40 bilhões, enquanto o socorro americano será de US$ 700 bilhões, sem contar todo o caminhão de dinheiro que o governo já despejou no mercado desde que a crise hipotecária deu os seus primeiros sinais, no início do segundo semestre do ano passado. |
Commodities |
As commodities tiveram um dia de importantes valorizações. O contrato futuro mais líquido do petróleo do tipo WTI, negociado em Nova York, subiu apenas ontem nada menos que US$ 16,37, fechando em alta de 15,66%, em US$ 120,92. Este é o maior ganho diário da commodity desde 1984. A escalada dos preços, que poderia ter um motivo saudável, como a percepção de que a desaceleração da economia global será mais leve do que se imagina, ocorreu pelo movimento de investidores fugindo do dólar em busca de ativos reais como o petróleo e o ouro. |
Prova disso é que as ações preferenciais (PN, sem voto) da
2 comentários:
Opa! :)
Diga-me uma coisa: existe alguma idéia de quanta grana ainda os investidores de fora têm na bovespa?
Ou seja, qual é o % que eles possuem depois de toda essa crise?
Abraços!
Respondem por muito.
Ultimo número que tenho aponta para quase 2/3.
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