segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Análise Gráfica IBOV - 29/09/2008

Analise Grafica da BOLSA em 29/09/08

Segunda-Feira DRAMÁTICA

Prezados,

Apesar dos líderes partidários norte-americanos terem trabalhado o final de semana todo em torno de um consenso sobre o pacote bilionário de socorro do governo ao sistema financeiro, a Câmara dos Deputados do país jogou o esforço no lixo ao não aprovar as medidas em sessão nesta tarde, promovendo uma faxina nos ativos financeiros.

As bolsas despencaram pelo mundo, embora apenas do lado de cá do Atlântico a notícia tenha surtido efeito. A Bovespa chegou a acionar o circuit breaker ao cair mais de 10%, interrompendo suas negociações por 30 minutos.

O Ibovespa caiu 9,36%, na maior queda porcentual desde 14 de janeiro de 1999, quando havia espencado 9,97%. Perdeu 4.754,93 pontos durante o pregão, para fechar em 46.028,06 pontos.

Oscilou entre a mínima de 43.766 pontos (-13,82%) e a máxima de 50.473 pontos (-0,08%). No mês, acumula perdas de 17,33% e, no ano, de 27,95%. O giro financeiro somou R$ 5,766 bilhões, considerado fraco perto do que se viu na sessão, uma vez que muitos investidores ainda estão na defensiva. As informações são preliminares.

Exterior

Em Wall Street, os índices fecharam na mínima pontuação do dia. O Dow Jones perdeu 6,98%, aos 10.365,45 pontos, o S&P recuou 8,79%, para 1.106,42 pontos, e o Nasdaq tombou 9,14%, para 1.983,73 pontos. As informações são preliminares.

O pacote de ajuda bilionária ao sistema financeiro encontrou resistências no Congresso ao longo da última semana, o que levou os parlamentares a passarem o final de semana para buscar o consenso.
Ontem, ele veio, embora as críticas continuassem pipocando. Mas, apesar disso, ninguém previa que a Câmara rechaçaria o acordo visto que, ruim com ele, pior sem ele.

Fuga de capital

Na Bovespa, houve fuga de capital de todas as naturezas. Além da fuga dos investidores, também teve movimento de stop loss, que, segundo ele, pode continuar amanhã, quando as pessoas físicas assistirem o noticiário do dia caótico de hoje.

No pior momento do pregão, as ações da Petrobras e da Vale, as blue chips do pregão, derreteram mais de 15%. Mas não foram as maiores perdas do Ibovespa, que ficaram com Rossi Residencial (-21,06%) e BM&FBovespa (-20,22%). Nenhuma ação do Ibovespa fechou em alta hoje.

Para amanhã, o cenário pode se repetir, mas com menos vigor. O lado bom do cenário de hoje é que o governo dos EUA terá que fazer um novo plano, que pode ser melhor do que o que foi rejeitado hoje.

domingo, 28 de setembro de 2008

P de Preju no S da SADIA!

Prezados,

Sexta foi mais um dia de tensão no ar, com a indefinição do pacote de socorro nos EUA associada à quebra de mais um banco (Washington Mutual Funds) e do prejuízo financeiro anunciado pela SADIA.



O QUE ISTO DEMONSTRA
Seguimos com forte variação de humor, o que, repito, aos que possuem visão de investidor a longo prazo pode vir a ser uma boa oportunidade de compra.

S de SEM NOÇÃO DA SADIA
No mínimo lamentável o episódio, o que demonstra que precisa rapidamente rever sua estrutura de controle interno, afinal como é possível perder o lucro líquido de um ano inteiro em uma jogada financeira?

IMPACTOS PARA SADIA
Muitos bancos já reviram sua recomendação de compra, para baixo, estimando seu preço justo em R$ 9 a R$ 11.

De qualquer forma, bem acima dos cerca de R$ 6 que fecharam na sexta passada, dia 26 - setembro - 08

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Crise Financeira: Problema ou Oportunidade? Tire suas conclusões...

Prezados,

A forte oscilação dos papéis em bolsa deste mês de setembro traz um risco considerável para o investidor que quer sair do mercado, mas também uma oportunidade razoável para quem quer entrar. A maioria das ações que faz parte do Índice Bovespa, que reúne os papéis mais negociados na bolsa paulista, bateu o fundo do poço deste ano neste mês. Das 66 ações que compõem o índice, 41 tiveram a cotação mínima do ano em setembro. Mas, depois de bater a mínima, a maioria se recuperou com força.

É o caso, por exemplo, da Petrobras, cuja ação ordinárias (ON, com voto) chegou a subir 28,41% e a preferencial (PN, sem voto), 28% até ontem. No mesmo período, o Índice Bovespa, que bateu a mínima de 45.294 pontos também em setembro, subiu 10,04%, para os 49.842 pontos de ontem.

Isso significa que o investidor que se apavorou no pior momento do mercado e vendeu suas ações de Petrobras perdeu quase 30%. Ao mesmo tempo, quem teve sangue frio e comprou no auge da turbulência já teria ganho o equivalente a duas vezes o juro básico da economia, a Selic, hoje em 13,75% ao ano, em poucas semanas.

A menor oscilação ocorreu nos papéis que já tinham sofrido muito ao longo do ano, caso da Gol, cuja ação ON apanhou com a alta do petróleo no primeiro semestre e se recuperou a partir de maio quando as commodities começaram a cair. Na crise de setembro, o papel recuou menos, e já recuperou 2,07% até ontem. Outra na mesma situação foi Pão de Açúcar, que bateu a mínima antes de setembro e se recuperou, voltou a cair este mês e acumula alta agora de 2,74%.

Houve também papéis que caíram em setembro e não conseguiram se recuperar por fatores econômicos, caso das empresas de varejo, prejudicadas pela alta dos juros locais e pela perspectiva de maior aperto no crédito. Lojas Renner subiu desde a mínima de setembro — também a mínima do ano — 3,38% e Lojas Americanas, 3,35%. A Vale foi uma das vítimas das commodities e do plano de comprar outra empresa no exterior. O papel PN série A bateu a mínima este mês e conseguiu recuperar apenas 6,55% até ontem (23/09/08).

Vale dizer que os indicadores de desempenho das empresas se apresentam mais atraentes para o investidor, caso da relação Preço/Lucro (P/L) das empresas, que caiu acompanhando o preço das ações. Como ele dá uma indicação do prazo de retorno do investimento, quanto menor, melhor. A Petrobras, apesar da recuperação deste mês, ainda está com P/L de 11,5 vezes, para 18 do fim de 2007.

Das 20 ações do Ibovespa que se recuperaram com mais força este mês, 11 estão com P/L abaixo de 10. Nas que subiram menos desde o piso de setembro, oito também têm P/L de um dígito.

Não por acaso, as empresas costumam anunciar recompra de seus papéis, como fez a Microsoft. Afinal, fazia tempos que os papéis não estavam tão baratos!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Como dizia São Tomé....

Prezados,

Não restava dúvida de que o mercado aprovaria o socorro total e irrestrito do governo americano aos bancos que estão em maus lençóis, com o megapacote de US$ 700 bilhões anunciado no fim-de-semana. No entanto, bastante calejados pelos tombos das bolsas nesta crise financeira, os investidores reagiram como São Tomé, preferindo esperar ver o pacote aprovado pelo Congresso para só depois cantar vitória. O Índice Bovespa chegou a subir na abertura, mas não resistiu às acentuadas quedas dos principais índices da Bolsa de Nova York e acabou fechando em baixa de 2,86%, aos 51.540 pontos.


Os investidores estão receosos com relação a vários pontos do pacote. O primeiro deles é se as medidas serão realmente aprovadas pelos congressistas. Eles se mostram bastante consternados com a situação caótica do mercado financeiro do país, mas dificilmente perderão a oportunidade de tirar uma casquinha do governo em troca de dizer sim ao socorro dos bancos.


Outro temor e o mais importante, é a dificuldade operacional de se colocar o pacote em prática. O governo, provavelmente na figura do Tesouro ou do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), terá de sentar com cada um dos bancos para definir todos os detalhes do socorro. Por exemplo, quantos títulos irá comprar da instituição financeira, a que preço, de qual forma, em qual data etc, etc, etc.

O grupo de bancos que se rendem à benevolência do governo dos EUA aumenta a cada dia. Os últimos adeptos foram os gigantes Morgan Stanley e Goldman Sachs que abandonaram a charmosa placa de banco de investimento para entrarem no mundo bem mais comum dos bancos comerciais. A vantagem é que passam a ter direito às generosas linhas de financiamento do Fed, mas em troca terão de se submeter às regras muito mais severas dispensadas a esse tipo de instituição. Nos EUA, os bancos de investimentos são um bicho à parte, com regras bem mais flexíveis e fiscalização idem.

Não sobram críticas da postura leniente das autoridades americanas sobre a atuação desses bancos e do mercado de "hedge funds". Uma comparação rápida mostra a gravidade da situação. Na época da desvalorização do real ante o dólar, em 1999, o Brasil fechou um pacote de ajuda com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em torno de US$ 40 bilhões, enquanto o socorro americano será de US$ 700 bilhões, sem contar todo o caminhão de dinheiro que o governo já despejou no mercado desde que a crise hipotecária deu os seus primeiros sinais, no início do segundo semestre do ano passado.

Commodities

As commodities tiveram um dia de importantes valorizações. O contrato futuro mais líquido do petróleo do tipo WTI, negociado em Nova York, subiu apenas ontem nada menos que US$ 16,37, fechando em alta de 15,66%, em US$ 120,92. Este é o maior ganho diário da commodity desde 1984. A escalada dos preços, que poderia ter um motivo saudável, como a percepção de que a desaceleração da economia global será mais leve do que se imagina, ocorreu pelo movimento de investidores fugindo do dólar em busca de ativos reais como o petróleo e o ouro.

Prova disso é que as ações preferenciais (PN, sem voto) da Petrobras caíram 0,22%. Os papéis também sofreram com o tiroteio de informações desencontradas sobre uma nova operação de venda das ações da estatal com o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). No domingo, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, confirmou a compra de papéis com o FGTS. Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, negaram veementemente que o governo esteja estudando fazer a operação. Lupi então tentou se despir da saia justa em que se encontrava ao dizer que falava apenas hipoteticamente sobre o negócio.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

IPO da VisaNet confirmada

Prezados,

uma dos IPOs (Initial Public Offers) mais esperadas dos últimos tempos ficou, na última sexta-feira (29), mais perto de se tornar realidade. Após muita especulação no mercado, a VisaNet finalmente entrou com o pedido de análise de oferta na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Um prospecto inicial da operação já foi divulgado, embora a autarquia ainda tenha que conceder oficialmente o seu aval.

Ainda que o ambiente nos mercados não seja nada favorável, a expectativa é de que a oferta da VisaNet se classifique como uma das maiores da história da bolsa brasileira - senão a maior.


De olho nas perspectivas otimistas que rondam a companhia e seu setor de cartões de pagamento, investidores já começam a se interessar pelo IPO. Todavia, a operação deve ter muitos outros beneficiários, dois principais deles, o Bradesco (
BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3).

ESTRUTURA ACIONARIA
Analisando a estrutura societária da VisaNet, é evidente o peso do Bradesco e do Banco do Brasil em seu capital: 39,258% e 31,629%, respectivamente. Ambos serão acionistas
vendedores da oferta, que devido ao seu caráter secundário, não concederá à companhia quaisquer recursos decorrentes da emissão de papéis no mercado.

"Os acionistas vendedores receberão todos os recursos líquidos resultantes da venda das ações objeto da oferta, inclusive caso haja emissão de ações adicionais ou o exercício das opções de ações suplementares", nas palavras do próprio comunicado enviado pela empresa. Confira abaixo a estrutura societária da VisaNet:

Acionistas Participação no capital
Bradesco 39,258%
BB Invest 31,629%
Banco Real 14,221%
Visa International 10,000%
Outros 4,892%


TROCANDO EM MIÚDOS
Tanto o Bradesco quanto o Banco do Brasil têm muito a ganhar com a realização do IPO da VisaNet.

De fato, não é a primeira vez que as instituições financeiras tiram proveito de ofertas de ações, sendo tal estratégia relativamente comum no setor bancário.O Banco do Brasil, por exemplo, teve seu desempenho do primeiro trimestre desse ano acrescido por um lucro de R$ 98 milhões, decorrente da venda de participação que detinha nas ofertas de ações da Bovespa Holding e da BM&F S.A.

Os ganhos com o IPO da Visa International nos EUA foram ainda maiores: R$ 362 milhões, devidamente contabilizados no segundo trimestre desse ano.

GANHOS POR VIR
Portanto, a realização do IPO da VisaNet significa expressivos ganhos por vir nos próximos resultados do Bradesco e do Banco do Brasil, provavelmente a serem contabilizados nos primeiros meses de 2009, uma vez que a estréia das ações ofertadas deve se dar no último trimestre desse ano.Há quem estime que se o BB e o Bradesco venderem a mesma participação que o Itaú e o Unibanco venderam na Redecard, eles poderão apresentar ganhos extraordinários que ultrapassam R$ 1 bilhão, o que corresponde a metade de seus últimos resultados trimestrais.

MAS ATENÇÃO À TEMPORALIDADE
No entanto, cabe destacar que tais ganhos são, por definição, não-recorrentes. Isto é, são lucros extraordinários, e que, portanto, não refletem uma melhora mais sólida nos fundamentos ou atuação das instituições. Ainda assim, quaisquer referências positivas em um setor que já recebe projeções otimistas por parte dos analistas são sempre bem-vindas.