segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A Crise e o seu Comportamento!

Prezados,

A queda da bolsa, uma das consequências da atual crise financeira internacional, trouxe perdas significativas para as carteiras de grande parte dos investidores. O que poucos lembram quando se trata de dinheiro é que por trás dessas perdas estão pessoas de carne e osso, que muitas vezes usam mais a emoção do que a razão na hora de decidir seus investimentos.

Daí a importância do que se chama finanças comportamentais, um movimento que ganhou força nos últimos anos e que tenta explicar o mercado a partir da forma de agir e pensar dos investidores.

Por mais Poliana que pareça, uma linha de raciocínio das finanças comportamentais (estilo seleção natural) é que essa crise tem um lado positivo: os investidores que conseguirem sobreviver a esse chacoalhão nos mercados estarão muito mais preparados para continuar aplicando e para enfrentar outras crises - que sem dúvida virão - de forma mais racional.


Um dos aprendizados com essa crise é que a bolsa não vai apenas para cima, pois era essa a impressão que o investidor que comprou ações a partir de 2003 tinha. Uma outra lição que também se tira da turbulência atual é a disciplina no rebalanceamento das aplicações. Não é raro encontrar investidores que, na hora em que a bolsa está subindo, resolvem sempre ficar mais um pouquinho. No fim das contas, quando o movimento de queda começa, o investimento em ações representa no total do portfólio muito mais do que deveria. Com isso, as perdas da bolsa acabam trazendo seqüelas bem maiores do que se as ações continuassem a representar sempre o mesmo percentual na carteira.


As finanças comportamentais também revelam que as quedas da bolsa, além do prejuízo financeiro, trazem perdas sentimentais que podem ser muito maiores. Quando alguém perde alguns mil R$ na bolsa, por exemplo, perde junto todos os sonhos e planos que seriam concretizados com esse dinheiro, como comprar um carro, viajar para o exterior ou pagar os estudos do filho.


IMPACTOS

A conseqüência é que o investidor fica traumatizado e, dependendo do tamanho dos planos que ele tinha para o dinheiro, tira da bolsa aquilo que restou e passa muito anos sem sequer querer ouvir falar sobre ações.


Por outro lado, há alguns estudos que mostram que as pessoas têm facilidade de digerir as perdas ao longo do tempo e que a partir de um determinado momento a cabeça passa a lembrar apenas dos momentos bons e das vitórias. Provavelmente, o investidor novato levará um bom tempo para curar as feridas dessa crise, mas depois que isso acontecer ele voltará para a bolsa, lembrando de todos os ganhos que teve com as ações antes da turbulência ocorrer.

O estudo das finanças comportamentais ainda ajuda a entender por que as pessoas geralmente agem da mesma forma na hora de aplicar. Uma atitude bastante comum é a disposição em vender muito mais as ações que subiram do que as que se desvalorizaram.


Isso acontece porque o ser humano tem aversão a perdas.



Um investidor típico se sente muito mais triste quando perde 10% do que se sente feliz quando ganha exatamente o mesmo percentual.

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